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Violências (in)visíveis contra a mulher; conheça os sinais
Conversamos com a psicóloga Francyelly da Silva e a professora Claudia Rejane da Frente de Mulheres do Cariri
Yanne Vieira
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

A violência contra a mulher é uma pauta que não sai dos debates e nem das estatísticas. De acordo com os dados do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, somente em 2020, o Brasil registrou 105.821 denúncias de atos de violência contra a mulher. O feminicídio é o ponto extremo de violência, mas e quando essas violências são silenciosas? Como identificar os sinais?

Conversamos com a psicóloga Francyelly da Silva, que explicou como a violência psicológica se desenvolve em formas de humilhação, ridicularização, chantagem e ou controle da vida social. Antes de machucar fisicamente, o agressor já tem destruído a autoestima, a perda da auto referência, e até mesmo a mulher se sentir culpada pela agressão sofrida.

Sinais de que uma mulher sofre violências

Não frequenta os espaços que costumava frequentar
Nervosismo em espaços públicos e com o que fala
Baixa autoestima e desconforto com a auto imagem e auto referência
Afastamento da família e amigos

O agressor, de acordo com a psicóloga, consegue vender uma boa imagem socialmente, com textos bonitos e ações românticas, “nem sempre as pessoas conseguem identificar o papel do agressor naquele homem porque ele tenta disfarçar, e às vezes quando ele vem com essa violência manifesta publicamente, é sempre o espaço de culpabilização da vítima”, afirma.

Padrões de comportamento do agressor

Comentários de desmerecimento e humilhação
Bater em objetos e animais
Perseguição e controle excessivo sobre a vida da mulher
Mudança de comportamento na presença de outras pessoas
Fazer a mulher se afastar do ciclo familiar e de amizade
Culpabilização da vítima

Claudia Rejane, professora e uma das componentes da Frente de Mulheres do Cariri, contou à nossa equipe de reportagem que durante seu trabalho de acolhimento, as mulheres chegam até ela das piores formas possíveis: vítimas de violência extrema, sob ameaças de morte e vítimas também da violência psicológica.

Os padrões se repetem, o que pode começar com violência psicológica, ou violência patrimonial, se desencadeia em apanhar por qualquer coisa, “nada justifica um ato de violência”, enfatiza Claudia Rejane. As mulheres levam muito tempo para reconhecer esses atos de violência, em especial quando não são físicos. Para Claudia, esses atos de violência partem da questão cultural, com o modo de vida patriarcal que coloca a mulher como propriedade do homem.

“Não há nenhuma mulher no planeta que não tenha passado por qualquer tipo de violência”

De acordo com a ativista, a obrigação de conscientização é do estado, mas as mulheres se apoiam em rede. Apesar da “Delegacia da Mulher do Crato funcionar até às 17h e a maioria dos casos de violência acontecem à noite, procuramos acolher as mulheres vítimas de violência”, conclui.

Nos casos de violência contra à mulher, a psicóloga Francyelly da Silva reafirma a importância do acompanhamento psicológico e o distanciamento imediato do agressor, “a palavra do agressor se torna absoluta na vida dela, e através do atendimento, do acompanhamento psicológico, essa mulher ela vai conhecendo os atravessamentos e as consequências dessa violência”, conclui.

Como denunciar casos de violência:

Ligue 180
Delegacia de Defesa da Mulher – Crato (88) 3102-1250
Delegacia de Defesa da Mulher – Juazeiro do Norte (88) 3102-1102

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