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O que é a varíola dos macacos?
Entenda como surgiu, sintomas e a importância da vacina
Yanne Vieira
Além de lesões aparentes na pele, os sintomas da doença incluem febre, calafrio, exaustão, dor de cabeça, dor nas costas ou musculares e inflamações nos nódulos linfáticos. (Foto: CDC/Brian W.J. Mahy

40 anos após o fim da vacinação global contra a varíola, um novo surto da doença surge nas regiões da África central e ocidental, onde o vírus é endêmico. Recentemente a doença identificada como ‘varíola dos macacos’ foi registrada no Reino Unido, Portugal, Estados Unidos, Espanha e Canadá e no último dia 23, um caso foi diagnosticado na Argentina, sendo o primeiro da América do Sul.

A vacinação de rotina contra a varíola diminuiu na maioria dos países antes de 1980, quando a Assembleia Mundial da Saúde declarou a doença erradicada. No Brasil, somente as pessoas nascidas antes de 1979 foram vacinadas. Como a proporção de pessoas protegidas contra a doença caiu substancialmente, o vírus se espalhou com mais facilidade de animais para humanos e de pessoa para pessoa, alimentando o risco de um grande surto.

De acordo com os cientistas, existem duas formas de varíola, uma cepa mais branda, oriunda da África Ocidental e uma cepa mais grave da África Central ou do Congo. O atual surto internacional parece envolver a cepa da África Ocidental, embora nem todos os países tenham divulgado essa informação.

O aumento no número de casos ao redor do mundo levantou questões sobre a evolução do vírus da varíola para uma forma mais transmissível. Até agora, cientistas não encontraram evidências de que este seja o caso, mas pesquisadores estão estudando o DNA do vírus.

Em entrevista à BBC News Brasil, a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), afirmou que a varíola dos macacos pode chegar ao Brasil em pouco tempo, e relatou que “é possível até mesmo que alguma pessoa infectada já tenha entrado no país, vinda dos locais onde há casos”, explica.

Sintomas

Além de lesões aparentes na pele, os sintomas da doença incluem febre, calafrio, exaustão, dor de cabeça, dor nas costas ou musculares e inflamações nos nódulos linfáticos.

Também podem surgir coceiras, que têm início geralmente no rosto e se espalham por outras partes do corpo, principalmente nas mãos e sola do pé.

Geralmente dura de duas a quatro semanas e os sintomas podem aparecer de cinco a 21 dias após a infecção.

Transmissão

A doença é transmitida através da mordida ou arranhão de um animal infectado, ou através do consumo da carne de caça. Ter contato direto com um humano infectado ou roupas de cama ou roupas contaminadas, também são meios de contrair a doença.

O vírus entra no corpo através de lesões na pele, no trato respiratório ou nas membranas mucosas como olhos, nariz ou boca.

Autoridades médicas afirmam que as chances de uma transmissão descontrolada são baixas, e a letalidade está longe da versão causada pela varíola humana.

Estudos apontam que a vacinação contra a varíola humana tem cerca de 85% eficaz na prevenção da varíola dos macacos.

Prevenção

No Brasil, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) já estabeleceu uma comissão de caráter consultivo para acompanhar os casos, integram o grupo sete especialistas brasileiros da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Feevale.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) incentiva que medidas como distanciamento físico, uso de máscaras e higienização frequente das mãos em aeroportos e aeronaves para combater as formas de transmissão da doença.

Nesta sexta-feira (27), a Secretária de Saúde do Ceará (Sesa) emitiu um alerta sobre a doença, para que casos suspeitos sejam notificados em até 24 horas.

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