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Assim como a dengue e a zika, a chikungunya é uma das arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti. Com sintomas característicos de febre alta, dores intensas nos músculos e articulações, a doença passa por grande incidência em todo o país.
De acordo com o Ministério da Saúde, somente neste ano, já foram registrados mais de 47 mil casos da doença, 40% a mais que no mesmo período do ano passado.
Em abril, pesquisadores da Fiocruz Bahia publicaram um estudo no International Journal of Infectious Disease (IJID), analisando as sequelas da doença. A pesquisa revelou que 42,5% dos pacientes analisados permanecem com dor nas articulações após três meses do início da doença e 30,7% após um ano e meio.
A reportagem do Site Miséria entrevistou a massoterapeuta holística Graziele Trentim para saber como amenizar as sequelas da chikungunya através de métodos não convencionais.
De acordo com a terapeuta, existem várias formas de tratar as sequelas da chikungunya, “os tratamentos mais conhecidos são os medicamentos indicados pelos médicos para aliviar os sintomas, e aguardar a recuperação do corpo, mas as terapias complementares vem surgindo como grande aliadas”, conta.
Graziele, que também teve a doença, ressalta que o uso de massagem, pedras quentes, ventosas, escalda pés, auriculoterapia e alongamentos, foram terapias que ajudaram o corpo a recuperar a força, “com isso fui criando um protocolo de atendimento para meus clientes”, conta.

Foto: Arquivo pessoal
Graziele ressalta que a contra indicação para a realização de procedimentos são febre, infecções e ou eczema de pele, sendo necessário evitar a terapia durante o período agudo da doença.
“Os maiores benefícios da massoterapia e terapias integrativas no caso da chikungunya, são aumento da flexibilidade perdida, drenagem dos edemas e com isso diminuição do processo inflamatório, aumento do aporte sanguíneo e oxigenação dos músculos, trazendo vitalidade e força e maior harmonia do sistema nervoso, melhorando o sono, o humos, as respostas do sistema imunológico, […] buscando o equilíbrio físico, energético e emocional que ajuda bastante na recuperação”, explica.
E o exercício físico?
Com os músculos e as articulações afetadas pela doença, atividades simples como caminhar, ou até mesmo limpar a casa podem parecer desafiadoras. Para muitas pessoas que mantinham uma rotina de exercícios físicos, as sequelas dificultaram a prática.
A reportagem do Site Miséria conversou com a educadora física Renata Marques, para entender um pouco sobre a prática de atividades físicas durante e após a recuperação da chikungunya.
“Após a fase aguda da doença, é sim possível que acometidos pela Chikungunya pratiquem atividades físicas assim como exercícios físicos de baixa intensidade”, conta a profissional.
Renata Marques ressalta a importância de seguir o protocolo médico de repouso, durante a fase aguda da doença. Após o período, a educadora física afirma que é necessário entender o estado da pessoa acometida pela doença, assim, é possível indicar o melhor tipo de exercício físico.

Foto: Arquivo pessoal
“Estudos atuais comprovam que a prática habitual de exercícios físicos amenizam as chances de dores crônicas pós, e hoje as práticas ativas são indicados como tratamento não farmacológico, tendo visto que exercícios físicos como musculação, fortalecem e restabelecem a força muscular e mobilidade articular”, conta.
Em quem já realizava exercícios físicos, a profissional conta que a doença pode ter afetar a resistência respiratória e muscular que influencia no rendimento de práticas como musculação, crossfit, natação, ciclismo de alta intensidade.
“Os exercícios físicos planejados nos dão liberdade de adaptação em casos como esses, que possibilitam que os praticantes passem por uma fase de “readaptação”, onde provavelmente serão alterados os níveis de intensidade, volume e duração. Vale lembrar que os exercícios físicos precisam ser acompanhados por profissionais devidamente capacitados, onde ele será responsável por essas adaptações”, explica.
Renata conta que não existem atividades ou exercícios que sejam proibidos pós chikungunya, mas que é necessário levar em consideração o quadro atual de cada indivíduo, assim como restrições e limitações de cada um.
A profissional ressalta, também, a importância de outras regulações, além do exercício físico, como a regulação do peso corporal, correções e ou melhorias posturais, diminuição de percentual de gordura, aumento de percentual de massa muscular, melhoria da capacidade aeróbia, otimização da circulação sanguínea, que pode, ainda, melhorar o sistema imunológico dos praticantes, como prevenir doenças relacionadas ao sedentarismo e obesidade.

