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O meio ambiente nas propostas dos candidatos ao governo do Ceará
Analisamos as propostas dos principais candidatos ao governo do Ceará, entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Yanne Vieira
Capitão Wagner, Roberto Cláudio e Elmano de Freitas. (Foto: Reprodução)

A pauta ambiental tem sido enfatizada em um contexto geral nas eleições deste ano, para elencar as medidas a nível estadual, analisamos as propostas dos principais candidatos ao governo do Ceará, entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

(Foto: Reprodução)

No plano “44 ações para mudar o Ceará”, do candidato Capitão Wagner (União Brasil), a pauta ambiental aparece na parte 4 – ‘Dimensão Infraestrutural’. Com um total de 11 páginas, o plano enfatiza a proteção da natureza dentro da perspectiva econômica, através da instalação de equipamentos turísticos na costa litoral e geração de empregos com a produção de energias alternativas.

Um ponto entre as prioridades está a implementação de ações de fiscalização/ licenciamento para combater o desmatamento e queimadas ilegais, além de inibir o descarte incorreto de resíduos. Mas a explicação é genérica e não detalha o foco dessas medidas, assim como a transição energética, que é mencionada, mas não detalha qual tipo de energia será priorizada no governo.

As diretrizes também deixam indagações em relação à causa animal. O documenta cita a implementação de uma política estadual que elimine a eutanásia como controle populacional de animais, mas não apresenta uma solução alternativa, assim como o combate ao comércio de animais silvestres.

Por fim, o Programa de Gestão Estratégica da Água é a única proposta do governo para os recursos hídricos com nome e objetivo, que visa ampliar a distribuição de água e coleta de esgoto na capital e do interior, além de reduzir os custos da Cagece, que devem refletir no consumidor final.

Foto: Reprodução

No plano de Roberto Cláudio (PDT), as diretrizes do governo são distribuídas em 25 páginas. O documento apresenta uma categoria denominada “Meio Ambiente, Segurança Hídrica, Saneamento e Proteção Animal”, mesmo com destaques e denominações da área, as propostas possuem pouca profundidade.

O texto apresenta um lado mais emotivo e focado em desafios a serem enfrentados e cita a reconexão das pessoas com a natureza, a atenção às mudanças climáticas e a transição para uma economia de baixo carbono, além de promover medidas em acordo com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

O tratamento de resíduos sólidos também é foco no plano de RC, e apresenta mais profundidade ao mencionar a economia circular, inclusão social, geração de empregos e eliminação dos lixões, mas os métodos das ações não ficam explícitos, apresentando apenas a atuação do governo em acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A pauta animal também segue em linha rasa, onde apenas é mencionada a proteção e o bem-estar dos animais. Já a transição energética apresenta o uso das energias solar, eólica e o hidrogênio verde como uma forma de protagonizar a ação do estado nessa área.

A segurança hídrica também teve destaque no documento mas, novamente, não aprofundou como a garantia da segurança hídrica será realizada no estado.

(Foto: Paulo Rocha/Divulgação)

O plano “O Ceará cada vez mais forte” do candidato Elmano de Freitas (PT) possui 20 páginas e é dividido em diretrizes mestras e macrotemas. O meio ambiente está em grande parte das sessões do documento e é mencionado como parte da estrutura de governança. Propostas como o Ceará 2050, Fortaleza 2040, e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que já são desenvolvidas no estado, seguem no plano.

A pauta econômica e o desenvolvimento territorial são baseados na sustentabilidade, o plano menciona apoio operacional, de financiamento e de comercialização a pequenos negócios da área. O documento também enfatiza o ordenamento de territórios para evitar ocupações irregulares e degradação ambiental, mas não cita ações de fiscalização, apenas o incentivo a políticas de regeneração das matas ciliares, florestas e rios urbanos.

O plano abarca a transição energética para as energias renováveis e combustíveis de baixo carbono, sem menções específicas, mas aponta investimentos na produção do hidrogênio verde. O candidato é o único que aborda ações de mitigação dos impactos das mudanças climáticas, o combate à desertificação e a convivência com o semiárido.

Um ponto de divergência encontra-se no estímulo à economia do mar, que menciona a conservação e proteção dos oceanos, porém o plano mantém a manutenção das usinas de dessalinização, que liberam cloro e cobre, que são prejudiciais ao meio ambiente e aos organismos da cadeia alimentar.

Em relação aos animais, (domésticos e selvagens) a proposta engloba campanhas educativas e o apoio a iniciativas públicas e da sociedade que tenham eficácia no cuidado animal, ou seja, a pauta deve ser terceirizada, mas sem detalhes sobre que tipo de apoio o governo vai fornecer.

Por fim, as medidas de ampliação do saneamento seguem de acordo com o Novo Marco Legal do Saneamento Básico, já em relação aos resíduos sólidos, é mencionado um programa estadual de coleta seletiva com uso de tecnologias para a geração de bioenergia, mas não detalha onde essa energia será usada.

 

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