Compartilhar
Publicidade
Publicidade
2023 pode ser (o difícil) ponto de virada na política ambiental brasileira
Com os olhos do mundo voltados para o Brasil, o pleito desse ano é decisivo e põe em cheque o presente e o futuro
Yanne Vieira
Foto: Felipe Werneck / Ibama

Quatro anos de políticas anti-ambientais e desmonte de instituições fiscalizadoras devem chegar ao fim em breve, pelo menos é o que apontam as pesquisas eleitorais. O governo de Jair Bolsonaro foi contra a biodiversidade, os indígenas, os ribeirinhos e basicamente tudo aquilo que é vivo.

O próximo presidente vai enfrentar um grande desafio para correr atrás do tempo perdido e da natureza destruída, o que não é tarefa fácil. Com os olhos do mundo voltados para o Brasil, o país deve e com caráter de urgência, implementar medidas e soluções para barrar os efeitos da crise climática.

Com recordes lastimáveis, a Amazônia teve mais de 36 mil focos de incêndio apenas em setembro, cerca de 120% a mais em comparação ao mesmo período do ano passado, isso sem contar a invasão de terras indígenas, mineração ilegal e assassinatos de lideranças e ativistas.

O ex-presidente Lula, e atual líder nas pesquisas, “esverdeou” seu plano de governo que teve, na sua reta final, a participação e o apoio de Marina Silva. Apesar de ser considerado um dos melhores entre os candidatos, em relação a agenda ambiental, ainda existem pontos de inflexão.

O primeiro deles é a aproximação do ex-presidente com o agronegócio, como o mesmo sempre lembra, durante seu mandato o agro foi um dos grandes beneficiados. Apesar das duras críticas que têm feito ao setor, Lula pisa em ovos, porque claro, não é possível ganhar votos deste lado com uma narrativa totalmente verde e contra o “maior PIB Brasil”.

Outro ponto importante a mencionar é a escolha do gás natural como parte da transição energética do país, que deve ser implantada como substituição de usinas hidrelétricas, mas apostar em combustíveis fósseis é continuar fazendo a manutenção das emissões de gases poluentes, enquanto o sol e o vento estão disponíveis e de graça.

A mea culpa foi assumida em relação ao desastre das hidrelétricas construídas no país, e em meio ao caos ambiental, social e econômico, o legado de destruição vai pesar ainda mais neste novo governo, especialmente com o orçamento delimitado pela atual gestão.

Bolsonaro ainda vai representar o Brasil na COP27 e talvez continue apresentando ao mundo um país fictício, onde não existe desmatamento, garimpo ilegal e queimadas, enquanto isso, as pendências ambientais se acumulam e pedem urgência para serem resolvidas.

O fato é que o meio ambiente tem que ser levado em consideração em todas as decisões, sejam elas econômicas ou sociais, e enquanto a sociedade não se ver como parte do meio ambiente, haverá injustiça.

Caro (e)leitor, antes de ir às urnas lembre que, para cada “vitória” humana, há uma vingança da natureza e como reagem os poderosos diante destas ameaças é a resposta que deve nortear a escolha de quem vai cuidar do nosso futuro, ou pelo menos garanti-lo.

Compartilhar
Comentar
+ Lidas
Publicidade