Foto: Ilustrativa
Há sete anos sem registrar óbito por raiva humana, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) confirmou novo óbito ocasionado pela doença. O caso trata-se de um agricultor do município de Cariús, de 36 anos, que foi agredido por um sagui em fevereiro deste ano. A procura por atendimento só ocorreu no fim do mês de abril, após o início dos sintomas da doença. O caso foi notificado na última quinta-feira (4).
Após a constatação da suspeita da raiva humana, o município comunicou à Área Descentralizada de Saúde e ao GT Zoonoses da Sesa. O paciente foi transferido para hospital de referência, onde veio a óbito, e em seguida teve a causa da morte confirmada pelo Lacen após coleta realizada pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO).
De 2017 a 2022, foram realizados 236.447 atendimentos envolvendo casos antirrábicos no Ceará, sem nenhum óbito registrado. De 2007 a 2016, houveram cinco óbitos por raiva humana, registrados nos municípios de Camocim (sagui/2008), Chaval (cão/2010), Ipu (sagui/2010), Jati (sagui/2012) e Iracema (morcego/2016).
Sobre a doença
A raiva é uma doença viral que pode ser transmitida de um animal para uma pessoa por meio, principalmente, de mordedura ou lambedura. Podendo levar a morte, a melhor forma de evitá-la é a vacinação pós-exposição.“O esquema completo, realizado conforme orientação médica, confere proteção superior a 99%”, informa a coordenadora da Imunização da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), Ana Karine Borges. A Sesa orienta a vacinação de cachorro e gato, além de ter cautela diante do contato com mamíferos desconhecidos.
Sinais e sintomas
A doença é causada por um vírus que tende a migrar para o Sistema Nervoso Central. Nos humanos, a condição pode causar encefalite [inflamação no cérebro] aguda, resultando em alta taxa de letalidade: aproximadamente 100% dos casos são fatais.
Dentre os principais sinais e sintomas da doença em humanos, destacam-se dificuldade de engolir (alimento, água ou saliva), fotofobia (desconforto visual em relação à claridade), tremores involuntários e salivação excessiva. Em animais domésticos, como cães e gatos, também ocorre salivação em excesso associada à agressividade ou à mudança comportamental.
O que fazer em caso de agressão de animais
Se uma pessoa sofrer agressão por um mamífero, a exemplo de gato, cachorro, morcego, sagui ou raposa, imediatamente deve lavar o local da ferida com água e sabão e buscar a Unidade Básica de Saúde mais próxima.
“A avaliação da necessidade da profilaxia antirrábica pós-exposição varia conforme o tipo da lesão e a espécie do animal que ocasionou o ferimento”, afirma a médica infectologista Ruth Araújo, do Hospital São José (HSJ), vinculado à Sesa.
Medidas
Diante de casos suspeitos ou confirmados da doença, são realizadas ações de vigilância, incluindo inquéritos epidemiológicos, busca de humanos contactantes de animais suspeitos/confirmados e coletas de amostras para diagnóstico laboratorial, além de assistência quanto à profilaxia antirrábica humana. Periodicamente, são desenvolvidas, ainda, iniciativas voltadas à educação em saúde envolvendo todos os níveis de atenção.

