Antonio Correia sempre foi um lutador por conquistas para o Cariri. (Foto: Reprodução)
Como forma de homenagem póstuma, o Site Miséria lembra a passagem dos 30 anos da morte do líder empresarial e comerciante Antonio Correa Celestino, que transcorre neste domingo. Ele faleceu aos 86 anos no dia 2 de março de 1995 vítima de problemas cardíacos e foi sepultado no Cemitério Parque das Flores em Juazeiro. O mesmo nasceu em Barbalha no dia 7 de dezembro de 1908 mais precisamente no Sítio Venha Ver sob a proteção de Pedro Lopes Celestino e Ana Corrêa Celestino.
Na infância e juventude, se dedicou à vida simples da família na agricultura e frequentando a escola em Barbalha. Cinco anos antes de sua morte o Instituto José Marrocos de Pesquisas e Estudos Sociais (IPESC) da Universidade Regional do Cariri desenvolveu com ele uma das etapas do projeto de pesquisa de história oral do Cariri. Celestino gravou depoimento sobre sua vida na conversa com os professores Daniel Walker, José Boaventura, Renato Dantas, Jefferson Albuquerque Jr. e José Bendimar.
Boa parte da gravação foi inserida num livro que a família editou por meio do professor Renato Casimiro o qual foi lançado na celebração do seu centenário de nascimento em 2008, No ano de 1924, Celestino tinha apenas 16 anos e já se iniciava no comércio como balconista de loja de tecidos, mas sem parar de estudar. Trabalhou na Gondim Duarte & Sampaio, Casas Pernambucanas, Casas Lundgren Tecidos S.A., Alberto Lundgren & Cia. Ltda em Recife, Vitória de Santo Antão, Patos e Ribeirão.
Depois se associou com os irmãos Pedro e Joaquim Cruz Sampaio e Manoel Coelho de Alencar criando a firma Sampaio Alencar & Cia com as lojas A Nova Aurora em Barbalha e a Casa Alencar, em Juazeiro. Ainda voltaria a trabalhar nas Casas Pernambucanas de Crato na condição de vendedor viajante pelo Cariri e estados vizinhos, mas reataria, em 1938, a sociedade com os irmãos Sampaio e abririam nova loja de tecidos em Juazeiro.
Era a Casa Celeste e, seis anos depois, abriu a firma Celestino & Cia com o sobrinho Antonio Ferreira Celestino. Posteriormente, fundou a AOSA (Aliança de Ouro Sociedade Anônima). Foi casado com Luscélia Costa Barreto e teve cinco filhos: Ana Lusce (Nutricionista), Pedro Barreto (Sacerdote), Nicácio Barreto (Engenheiro de Produção falecido), Tarcísio Barreto (Engenheiro Civil) e o ex-vice-prefeito de Juazeiro, José Roberto Barreto Celestino (Engenheiro de Produção).
A Aliança de Ouro foi fundada em 1955, sendo a precursora de uma experiência modelar de gestão empresarial, que veio a incluir, mais tarde, até mesmo a participação dos funcionários nos lucros das empresas. Celestino foi sócio do Banco do Juazeiro S.A que deu origem ao BIC Banco, enquanto o grupo gestor da Aliança de Ouro tornou-se importante na abertura de novos empreendimentos como a ICASA (Indústria e Comércio de Algodão S.A) e a CIGA (Companhia Iguatuense de Algodão).
Além disso, a IESA (Indústrias Eletromáquinas) e o Curtume Santa Rosa. Ele muito se destacou no Cariri como um verdadeiro líder e não tinha um só movimento sem a sua participação como na luta pela instalação do Banco do Brasil, Aeroporto, Banco do Nordeste, eletrificação do Cariri, central telefônica, construção do Hotel Municipal e outras. No seu livro de memórias, o industrial já falecido Aderson Borges de Carvalho fez expressivas referências à Antonio Correia Celestino.
Num dos trechos, destacou: “Aprendi muito com o meu amigo, nos identificamos sob princípios essenciais a um perfeito relacionamento, embora tivéssemos pensamentos políticos diametralmente opostos. Durante anos e até sua morte, nos uniu uma amizade alicerçada no mútuo respeito e leal consideração. Antonio Corrêa foi o primus inter pares, entre todos aqueles que se doaram ao Juazeiro, engrandecendo-o e dignificando-o, nas décadas de 30 a 90. O seu nome e a sua memória devem ser perpetuados no coração dos juazeirenses”.

