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A obra é fruto de mais de um ano de pesquisas realizadas pelo autor, que a define como “inédita como proposta e inusitada como resultado”. Segundo Perdigão, o objetivo é valorizar a trajetória de Belchior por meio de uma linguagem genuinamente nordestina: “A literatura de cordel é um modo genuíno de expressão brasileiro e dos Nordestes do Brasil. É um jeito peculiar de poetas e leitores de estar no mundo e de interpretar esse mundo”, comenta Alberto.

A pesquisa analisa nove biografias do cantor sobralense e as compara com 19 folhetos de cordel, revelando uma nova perspectiva sobre sua história — que vai além das versões encontradas em jornais, documentários e memes da internet.

“Essa é a história do Belchior do cordel. O fato de ele ser um nordestino, mais do que um latino-americano, pode ter influenciado os poetas-repórteres, como já ocorreu com Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Raul Seixas”, destaca.

Durante o lançamento, haverá ainda uma roda de conversa sobre a obra e um momento musical ao vivo, ampliando a troca de experiências no universo literário.

Foto: Davi Rocha/Diário do Nordeste.

Quem é Alberto Perdigão

Alberto Perdigão é jornalista e mestre em Políticas Públicas e Sociedade, com pesquisas voltadas para o folheto informativo da literatura de cordel, especialmente no contexto político. Integra ainda a Rede Folkcom, que reúne pesquisadores brasileiros da folkcomunicação — disciplina que estuda a interseção entre comunicação e folclore.

Além da obra sobre Belchior, Perdigão também é autor dos livros Pretas e Pretos na Literatura de Cordel (2023) e Política e Literatura de Cordel (2022).