Yasmin Biesse foi campeã no Campeonato Cearense de Poesia Falada — Slam CE. Foto: Reprodução @yasminbiesse_
A artista caririense Yasmin Biesse foi campeã no Campeonato Cearense de Poesia Falada — Slam CE. Com o 1º lugar ela conquistou uma vaga para representar o Ceará na competição nacional Slam BR, que este ano unirá as edições de 2024 e 2025, no Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
Integrante do Slam da Vista, organizado pela Coletiva Entre Verbos, a poesia falada surgiu na vida da artista como uma forma de expressar as dores enfrentadas em sua trajetória. Filha de autônoma e criada em um bairro periférico, ela encontrou no Slam uma forma de se movimentar.
“O primeiro e revolucionário contato acontece após muitas pesquisas, por um acaso em Salvador – Bahia, despertando o interesse de “correr” (competir) pela primeira vez, ocasião em que tive acesso no ano de 2024, voltando para casa com o título de 1⁰ lugar através do Slam Original Kariri”, disse em entrevista ao Portal Miséria.
Em seguida, ela continuou em busca de aprofundar na arte, sendo acolhida pelo movimento e incentivada a caminhar com outros coletivos, como o Guerrilha Cariri. Nesse período também participou da fundação do Slam Guerrilha Cariri.
Nacionalmente, o Slam é considerado uma ferramenta de empoderamento individual e coletivo, onde nas poesias os artistas podem abordar temas livres. “O Slam, tendo como regra o fato da poesia ter que ser obrigatoriamente autoral (para competições) retrata minha opinião, onde dou voz e sou voz para mim e para os meus, buscando escrever e recitar sobre a realidade sem invadir espaços os quais não me cabem a palavra”, explicou Yasmin.

Foto: Magnus Graffiti.
Levar o Cariri para os palcos do Brasil
O processo de preparação para o campeonato estadual foi repleto de trocas de experiências entre as integrantes da cena. “A motivação por trás de tudo isso, momento de conexão e desconexão mútua, o que leva à expectativa de muita experiência e aprendizado em mais uma fase dessa estrada, e a meta de levar comigo o Cariri pela primeira vez aos palcos do Slam Brasil para fazer história”, comemorou Biesse.
Apesar das conquistas, para a artista, ainda é preciso dar maior visibilidade ao Slam na região, tornando-o mais reconhecido e visto como uma necessidade educacional. “Apesar de uma força grandiosamente rica no assunto cultura, deve ser reconhecida, trabalhada e educada como necessidade. Falo da educação como uma mulher artista, que sabe como todas existentes o peso de pensar em expressões, falas e tudo em torno que precisamos pensar e repensar devido ao ambiente não-educado não-preparado, o que não deveria ser fator na arte, onde deve ser morada de liberdade e autonomia”, pontuou.

