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Espetáculo sobre a força oculta das mulheres na Independência do Brasil estreia neste sábado (11), em Juazeiro do Norte
A montagem marca o início da primeira temporada do projeto, que segue em cartaz até o dia 1º de novembro, com apresentações de quarta a sábado.
Nathalie Fernandes
Foto: Divulgação

A força e a coragem das mulheres que lutaram pela Independência do Brasil ganham nova vida no espetáculo Vozes Bárbaras, que estreia neste sábado (11), às 20h, no Teatro Patativa do Assaré, do Sesc Juazeiro do Norte. A montagem marca o início da primeira temporada do projeto, que segue em cartaz até o dia 1º de novembro, com apresentações de quarta a sábado.

Dirigido por Vinicio de Oliveira Oliveira, o espetáculo é uma celebração cênico-musical que reúne 11 atrizes em cena, dando voz e corpo a oito heroínas brasileiras invisibilizadas pela história. A proposta vai além da reconstituição histórica — é um mergulho artístico e político que conecta as lutas do passado às reflexões da mulher contemporânea, com irreverência e potência poética.

Este não é um espetáculo biográfico. É um desfile didático-performático que nasceu de um intenso processo de pesquisa e debate sobre o papel da mulher ao longo da história”, explica o diretor da obra. “Nosso trabalho parte da memória dessas heroínas para discutir também as vozes femininas de hoje — suas dores, resistências e conquistas”, destacou.

As heroínas que inspiram “Vozes Bárbaras”

Entre as figuras representadas no espetáculo está Ana Lins, personagem interpretada pela atriz Aline Rodrigues. Na Revolução de 1817, sua participação foi decisiva na propagação das ideias republicanas. Ana foi uma das mulheres que participaram da Confederação do Equador (1824) — movimento revolucionário ocorrido em Pernambuco e no Ceará, que defendia a liberdade e a autonomia das províncias frente ao Império.

Foto: Reprodução

Outra figura marcante retratada é Maria Felipa de Oliveira, interpretada por Brici Monteiro. Mulher negra e marisqueira, Maria Felipa liderou um grupo de cerca de 40 mulheres na defesa da Ilha de Itaparica (BA). Os soldados da Coroa desembarcavam dos botes e nem pisavam na areia, eram emboscados imediatamente. Armadas com peixeiras, arpões, foices e galhos de cansanção, elas surravam os portugueses até obrigá-los a voltar para os navios.

“Representar Maria Felipa é ouvir o chamado das ancestrais. Ela é uma energia viva que me atravessa. Cada cena é um ato de memória e celebração das mulheres negras que a história tentou silenciar”, destaca a atriz.

Sobre o projeto

Realizado pelo Grupo de Pesquisa Visualidades da Cena Cariri (VISUCCA/URCA), o projeto Vozes Bárbaras nasceu em 2019 a partir de uma parceria com a Vila da Música. Idealizado por Vinicio de Oliveira Oliveira e Dane de Jade, com direção de arte de Rodrigo Frota, o trabalho foi contemplado pelo Prêmio FUNARTE Retomada 2023 e contou com o apoio da Cariri Arte e Produções LTDA, Casa da Árvore Produções, Rizoma Produções Artísticas e da ONG Beatos.

Durante sua concepção, o grupo realizou o Seminário Vozes Bárbaras, que reuniu pesquisadores e artistas em torno das representações femininas na história e nas artes, servindo como base criativa para a construção das personagens e do enredo

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