Foto: Naiara Carneiro.
Cerca de 17% dos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), registrados entre janeiro e setembro de 2025, em pacientes internados na Unidade de AVC do Hospital Regional do Cariri (HRC), são de pessoas com menos de 55 anos. A informação foi divulgada pela unidade na última quarta-feira (14), por meio do site oficial, onde alertou sobre os fatores de risco e a importância da intervenção precoce.
À nível de comparação, em 2024, 21% dos pacientes internados na UAVC tinham menos de 55 anos. Apesar de comumente ser uma condição associada a pessoas idosas, o neurologista da unidade, João Igor Landim, aponta que o aumento de casos em jovens tem relação com o atual estilo de vida.
Entre os pontos considerados perigosos estão o sedentarismo, má alimentação, estresse crônico, uso excessivo de álcool, drogas ilícitas, tabagismo e sono irregular. “Isso tem contribuído significativamente para o aumento da hipertensão arterial, diabetes tipo 2, obesidade e dislipidemias, fatores de risco clássicos que têm influenciado o aumento da quantidade de AVC em jovens”, explica.
Ainda, de acordo com o especialista, a condição, em pessoas jovens, também pode estar relacionada a outras causas, como doenças autoimunes e inflamatórias, cardiopatias estruturais, trombofilias hereditárias e uso de contraceptivos hormonais.
Segundo o Ministério da Saúde, o AVC ocorre quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. Os sintomas, que podem surgir repentinamente, são:
- Confusão mental;
- Alteração da fala ou compreensão;
- Alteração na visão (em um ou ambos os olhos);
- Dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente;
- Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar;
- Fraqueza ou formigamento em um lado do corpo (rosto, braço ou perna).

Foto: Tânia Rego / Agência Brasil.
Importância da reabilitação precoce
O Hospital Regional do Cariri alertou para a importância da reabilitação precoce para a recuperação funcional e minimização das sequelas motoras do paciente afetado pelo AVC. O processo deve ser continuado mesmo após a alta hospitalar.
“No HRC, utilizamos o protocolo de Eletroestimulação (EENM) ainda nas primeiras 24 horas de internação do paciente na UAVC, o que permite melhores desfechos na alta hospitalar”, explica Suianne Soares, fisioterapeuta da unidade.
No entanto, apesar da fisioterapia, João Igor destaca que também é necessário adotar um estilo de vida saudável. “Os pacientes jovens, em geral, têm uma melhor plasticidade cerebral e tendem a se recuperar melhor dentro de um bom contexto de reabilitação. Porém, para prevenir que o AVC aconteça, é essencial controlar os fatores de risco e mudar o estilo de vida”, reforça.

