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Juazeiro lembra 100 anos de nascimento de Jaime Melo, ardoroso devoto do “Padim” e um dos fundadores do Icasa
Ele morava na Rua São José, foi um dos fundadores do Icasa Esporte Clube e, durante muito tempo, diretor da Cooperativa Agrícola que funciona na Rua São Pedro.
Demontier Tenório
Jaime Melo era um homem bastante conhecido e querido no Juazeiro. | Foto: Reprodução

Como forma de homenagem póstuma, esse veículo de comunicação lembra o centenário de nascimento de Jaime Melo, que transcorre nesta quarta-feira. José Jaime Bezerra de Melo nasceu no dia 12 de novembro de 1925, no Sítio Jurema na zona rural de Juazeiro, e faleceu aos 89 anos no dia 8 de abril de 2015 na sua terra natal. Ele morava na Rua São José, foi um dos fundadores do Icasa Esporte Clube e, durante muito tempo, diretor da Cooperativa Agrícola que funciona na Rua São Pedro.

Era filho de Alfredo Ferreira de Melo e Raimunda Bezerra de Melo e casou no ano de 1946 com Maria Dona de Menezes Bezerra. Foram filhos do casal a professora e pesquisadora Fátima Menezes, Maria Luíza, o médico e ex-prefeito de Araripe Humberto Bezerra; Bárbara Maria; Cícera Samara, Irinéia Sheila e Renata Maria. Jaime Melo iniciou os estudos no ano de 1937 no Grupo Escolar Padre Cícero e, depois, na Escola Normal Rural de Juazeiro.

Também estudou na Escola Apostólica dos Jesuitas em Baturité. Retornando ao Juazeiro trabalhou durante três anos na Casa Alencar, posteriormente na Usina Pita na Rua São Francisco e na ICASA, durante 15 anos, quando se tornou um dos fundadores do time de futebol. Trabalhou ainda com o Grupo Bezerra de Menezes durante cinco anos e na Cooperativa Agrícola de Juazeiro. No ano de 1989 passou a integrar o ECC (Encontro de Casais com Cristo) da Paróquia de Nossa Senhora das Dores.

Na época passou a tomar conta de uma favela com cerca de 180 crianças numa ação social verdadeiramente exemplar. O corpo de Jaime Melo foi sepultado no Cemitério Parque Anjo da Guarda em Juazeiro após sua morte na UTI da Clínica São José, onde estava internado há mais de um mês em virtude de complicações cardíacas e o velório no Círculo Operário São José. Sempre foi ardoroso devoto de Padre Cícero e faleceu no dia em que completava 171 anos de batismo do sacerdote.

O mesmo guardava consigo o sonho de ver não só a reabilitação do sacerdote, mas a própria beatificação que, atualmente, está em curso. Jaime Melo mantinha consigo objetos que julgava importantes no processo de reabilitação do Padre Cícero no caso quatro crucifixos e um ostensório que pertenceram ao sacerdote. O que ele considerava mais precioso estava guardado a “sete chaves” num cofre embutido na parede do quarto de sua residência e coberto com uma cortina.

Segundo dizia, um dos crucifixos fez parte da história do “milagre” quando a hóstia transformou-se em sangue na boca da beata Maria de Araújo o qual sempre manteve enrolado com fitas e, no interior do mesmo, o que dizia ser uma das manchas de sangue resultante de uma das várias vezes em que o fenômeno ocorreu, a partir de 1889. O crucifixo teria sido trazido de Roma por Padre Cícero e as relíquias lhes foram entregues pela professora Generosa de Alencar, alguns anos antes de morrer

Na época, a amiga Dona Generosa o advertiu: “As relíquias só devem sair das suas mãos se forem para a Igreja diante de uma necessidade para canonização de Padre Cícero”. Jaime até gravou em fita cassete o depoimento da professora e sonhava que um dia o crucifixo pudesse ajudar no processo de reabilitação e a consequente beatificação do “Padim”. O então bispo diocesano, Dom Fernando Panico, foi à sua casa ver as relíquias e padres Salesianos propuseram leva-las para um sacrário no Museu Vivo de Padre Cícero, na Colina do Horto, mas ele não concordou.

Quanto aos fenômenos de Juazeiro, Jaime Melo sempre sustentou a opinião que foram milagres com a transformação da hóstia em sangue vivo. Anos antes de morrer, ele se viu diante de um caso que muito lhe chamou a atenção. Ele doou uma rosa seca que estava no sacrário a uma devota de Padre Cícero que fez um chá para ficar curada de uma doença. E qual não foi sua surpresa ao vê-la retornar mostrando que, numa das pétalas, tinha se formado a imagem de Padre Cícero.

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