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Após dias, incêndio que atingiu Sítio Nicácio em Santana do Cariri é controlado
O local é uma área de soltura de animais silvestres e possui cavernas registradas, catalogadas, mapeadas e protegidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 
Bruna Santos
Incêndio no Sítio Nicácio, em Santana do Cariri. As duas imagens mostram o chão em chamas.
Incêndio no Sítio Nicácio, em Santana do Cariri. Foto: Reprodução / Redes Sociais.

Um incêndio de grande proporções atingiu parte da vegetação do Sítio Nicácio, em Santana do Cariri, dentro da Área de Proteção da Chapada do Araripe (APA Araripe). As chamas foram controladas após quatro dias em uma ação conjunta dos moradores, brigadistas, institutos, ONGs e o Corpo de Bombeiros. O local é uma área de soltura de animais silvestres e possui cavernas registradas, catalogadas, mapeadas e protegidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

Ainda não foi estimado quantos hectares de mata foram afetados. Em entrevista ao Portal Miséria/M1, Jessica Nuvens, professora de História e integrante da família que cuida do Sítio, afirmou que os moradores da localidade perceberam a chegada das chamas — vindas de outro ponto — na sexta-feira (14). 

Da sexta-feira até hoje (18), pela manhã, não houve interrupção. Estava sempre uma equipe tentando apagar as chamas. A gente só conseguiu apagar, de fato, porque houve uma mobilização muito grande entre voluntários e instituições que nos auxiliaram. Nós tivemos primeiro a participação de amigos que subiram para cá, para o sítio, foram para a mata à noite”, conta.

A área mais atingida é de mata atlântica, que possui árvores centenárias. O local é protegido há décadas e abriga uma diversidade imensa de biodiversidade, com aves, mamíferos,  insetos e abelhas nativas ameaçadas de extinção. “O prejuízo maior se dá nesse sentido porque justamente o nosso trabalho aqui no Sítio Nicácio é justamente o de tentar preservar e proteger a mata e toda a área por sua importância natural no meio ambiente”, comenta Jéssica.

Atualmente, o Sítio Nicácio passa por um processo para se tornar uma Reserva Particular do Patrimônio Natural. “Nós temos aqui espécies de flora ameaçadas também de extinção, árvores que a gente já não encontra mais em outros locais que estão desaparecendo”, destaca a professora.

Além da busca por responsabilizar os culpados pelo início do incêndio, a família responsável pelo local espera que o episódio, por mais que seja letal à biodiversidade, sirva para aprofundar os debates sobre a proteção da natureza, de forma metódica e intensa. 

Eu acredito que a partir de agora, a nossa luta vai ser tratar de forma mais rápida, proteger legalmente tudo e estabelecer ações e parcerias que possam assegurar essa proteção para que um trágico, um crime trágico como esse, não possa nunca mais se repetir e que os responsáveis possam ser localizados”, afirma Jéssica.

A equipe do Portal Miséria/M1 entrou em contato com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para saber se será feita alguma ação de reflorestamento no local. A matéria será atualizada com a chegada de novas informações.

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