Lamarck Dias em Sessão Solene da Câmara Municipal de Aurora. | Foto: Cedidas por Lamarck Dias.
Durante discurso na Sessão Solene da Câmara Municipal de Aurora, na noite do último sábado (29), o cineasta e produtor Lamarck Dias fez um pedido público pela promoção do Fundo Municipal de Cultura. A declaração foi dada durante o recebimento de uma Moção de Aplausos aprovada pela Casa Legislativa.
Lamarck destacou a cultura como “um dos principais geradores de renda do Brasil”, citando exemplos de como a produção audiovisual movimenta empregos e sustenta famílias por meio da cadeia produtiva dos filmes.
O cineasta também criticou o separatismo ideológico como fator que dificulta o avanço da cultura na cidade: “Existe muita gente, por uma questão ideológica e política, que muitas vezes não sabe nem do que está falando quando se fala em lei. Acha que o dinheiro vem do bolso do artista, mas não entende como funciona”, afirmou.
Ao mencionar diversos artistas locais, o homenageado reforçou: “Aurora é um celeiro de artistas. Aurora é a terra de Aldemir Martins, é a terra de Elzimar Monteiro. Mas precisamos valorizar o nosso povo enquanto ele está aqui”.
O que diz a gestão municipal?
De acordo com o artigo 49 da Lei Municipal nº 624/2024, que regulamenta o Sistema Municipal de Cultura (SMC), cabem ao poder público diversas responsabilidades na área cultural. Entre elas estão a criação do Fundo Municipal de Cultura, sua gestão pela Comissão Municipal de Incentivo à Cultura (CMIC) e a definição de diretrizes de uso alinhadas ao Plano Municipal de Cultura.
Procurado pelo Portal Miséria/M1, o secretário municipal de Cultura, Wesley Leite, preferiu não se manifestar sobre o caso.
Impacto social em Aurora
Uma Moção de Aplausos foi conferida a Lamarck Dias durante a Sessão Solene. A ementa, proposta pelo vereador Osasco Gonçalves (PT) e aprovada por unanimidade, reconhece a relevância de seu trabalho no campo do audiovisual.
A Casa Legislativa destaca duas produções de forte impacto social no município: o longa-metragem “Os Olhos de Alice” (2017) e o mais recente, “Uma Voz Chamada Francisca”, lançado neste ano.
Segundo o texto da ementa, aprovada no último mês de setembro, as obras “reafirmam o compromisso do cineasta com pautas sociais urgentes e necessárias, ao trazer à tona a luta contra a violência de gênero e a importância da prevenção e da denúncia dos abusos contra a mulher”.
O reconhecimento também foi concedido à Fundação José Alves Magalhães — representada pela presidente Ana Magalhães — e ao escritor e ator João Tavares Calixto Júnior, ambos participantes do último filme dirigido por Lamarck.
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