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“Maconha salva vidas”, enfatiza mãe em debate na Câmara de Juazeiro do Norte sobre uso medicinal da planta
Na ocasião, foram apresentados depoimentos de pacientes, pesquisas científicas e apelos à gestão
Yanne Vieira
Foto: Reprodução

Na manhã desta quarta-feira (17), foi debatido na câmara municipal de Juazeiro do Norte, o uso da Cannabis medicinal e o projeto de lei do vereador Márcio Jóias (PTB). Estiveram presentes na sessão os representantes da Associação das Mães Escolhidas (AME) Cariri, os vereadores Sargento Firmino (PSB) e Ivanildo Rosendo (DC) e Amanda Lívia, representando a Secretaria de Desenvolvimento Social e Trabalho de Juazeiro (Sedest). Na ocasião, foram apresentados depoimentos de pacientes, pesquisas científicas e apelos à gestão.

Desde 2014, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza a importação de medicamentos com cannabis. No início de novembro deste ano, mais dois produtos compostos com a planta foram aprovados, sendo estes o promediol e o Zion Medpharma (200mg/ml). Totalizando 7 produtos no país.

Maria Arlete, presidente da AME Cariri, falou sobre o uso da maconha medicinal no tratamento do filho de 20 anos, que tem paralisia cerebral, “maconha salva vidas”, afirmou. Na ocasião, a presidente da associação pediu empatia da população e questionou quando a Secretaria de Saúde de Juazeiro abrirá o diálogo com os pacientes que utilizam a cannabis de forma medicinal.

A cannabis possui substâncias denominadas canabinóides que agem diretamente em vários lugares do corpo, especialmente no cérebro, o que proporciona uma sensação de relaxamento. O diretor técnico científico da AME, Márcio Holanda explica que a partir de estudos científicos foi descoberto que “dentro do nosso corpo existe um sistema endocanabinóide” e este é responsável por equilibrar todo o sistema humano.

A secretária executiva da AME, Glaudes Sucupira, é uma das mães que luta pela legalização do uso da cannabis medicinal. Seu filho Fídias, de 10 anos, possui síndrome de Angelman, autismo e epilepsia. “Ser uma mãe diferente da maioria é muito bonito, desde que essa mãe não seja você”. Glaudes explanou que a experiência com o óleo de cannabis foi a luz na sua casa “meu filho passou a dormir, junto com esse sono despertou uma criança mais tranquila, as convulsões cessaram, ele deu um salto no seu desenvolvimento cognitivo, os tremores e os espasmos ficaram cada vez menos perceptíveis”, afirmou.

O professor Marcio Holanda, falou durante a sessão que os pacientes precisam de acompanhamento intensivo com profissionais capacitados para terem resultados efetivos, “teríamos muito mais evidências caso tivéssemos o apoio da gestão” e reafirmou o apelo às autoridades, “o tratamento já é legalizado, o que a gente precisa é de apoio”.

Amanda Lívia, representante da Sedest, afirmou que gostaria de ver a desburocratização do tratamento, e que esses momentos de debate são pilares fundamentais, mas que precisam de estabilidade jurídica, “nós enquanto política de assistência nos sensibilizamos, nos colocamos a disposição para ampliarmos o debate”, concluiu.

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