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Ainda é tempo de pensar e repensar o próprio caminho 
A famosa ginasta estadunidense, Simone Biles, levou a temática da saúde mental aos holofotes quando abandonou as disputas por várias medalhas olímpicas. Mesmo sendo a favorita em diversas modalidades, abdicou das possibilidades de vitória e bancou o seu momento de sofrimento psíquico.

Desistir também deve ser visto como um recurso na proteção da nossa sanidade mental. Ainda que a era do positivismo e da performance pregue o contrário, nem tudo é possível ou viável, e a nossa felicidade pode morar no não feito, no caminho que não acaba no pódio, mas no encontro consigo e no acolhimento das próprias dores.

A famosa ginasta estadunidense, Simone Biles, levou a temática da saúde mental aos holofotes quando abandonou as disputas por várias medalhas olímpicas. Mesmo sendo a favorita em diversas modalidades, abdicou das possibilidades de vitória e bancou o seu momento de sofrimento psíquico.

A sua fala sintetiza a situação de muitos de nós em nossas rotinas automáticas: “Temos que proteger nossas mentes e corpos, não é apenas ir lá [competir] e fazer o que o mundo quer que façamos. Nós não somos apenas atletas, no fim do dia nós somos pessoas, e às vezes temos que dar um passo atrás.”

A vida precisa fluir, e pra que isso ocorra, é preciso diferenciar o persistir do insistir, o poder do convir. Quem caminha e não desiste, não repensa o caminho, se perde pelo orgulho, chega aonde não queria ir.

O posicionamento de Simone Biles foi um grito de socorro e de alerta. Quantas vezes nadamos contra a maré em busca de um mergulho que não é nosso? Quantas vezes estamos no tablado, fazendo piruetas, por palmas e méritos que nos escravizam?

Não é só um atleta de alto rendimento que  percorre caminhos trilhados por outros. Estamos constantemente repetindo comportamentos, cumprindo padrões  como sinônimo de felicidade, mas essa tal felicidade será mesmo a nossa?

São tantos os questionamentos e as reflexões que vieram juntos ao clamor da atleta que o mundo pode, ao menos por alguns dias, parar e discutir sobre as temáticas da saúde mental com a importância devida.

Deveria ser rotineiro interrogarmos sobre as nossas prioridades, sobre os quereres nossos ou impostos, sobre o ir, o ficar ou o desistir. Estar em dia com a própria saúde mental é antes de tudo estar coerente consigo.

Dr. Thiago Macedo – Psiquiatra (Cremec:12661 / RQE: 7978)

Bacharelado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará

Residência em Psiquiatria pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia – Hospital Juliano Moreira

Contato: (88) 98116-1998/ 99942-1999

thiagomacedo.psiquiatra@gmail.com

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