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Na busca do corpo ideal, quanto você está disposto a pagar?

Na era da exposição da autoimagem e do culto desenfreado ao Narciso, corpos perfeitos são a meta de muitas pessoas.

O clamor por um “abdome tanquinho”, o tão sonhado “bumbum na nuca” e outros termos que definem um “shape” ideal, ultrapassaram a linha da saúde e adentraram no campo do adoecimento. O uso de anabolizantes com o eufemismo de “modulação hormonal”, termogênicos sem investigação de um quadro clínico subjacente que os contra-indiquem e até mesmo o uso de medicação psiquiátrica com impacto na performance e no apetite viraram uma moda preocupante.

Antes os quadros de anorexia, bulimia e compulsão alimentar eram o foco dos debates. Agora compartilham o espaço com a vigorexia.

Vale salientar que a preocupação com os transtornos alimentares se dá não apenas pela repercussão na saúde mental, mas também pelo grande impacto na saúde física, iniciando com um dano silencioso até se exibir com gravidade.

A vigorexia é caracterizada quando o indivíduo pratica exageradamente exercícios para aumentar a massa muscular e nunca fica satisfeito com o resultado. Também é conhecida como transtorno dismórfico muscular. Muitas vezes, por nunca estar satisfeito, passa-se a fazer uso de suplementos alimentares, uso de fast burners (“queimadores” de gordura, como cafeína e efedrina) e até dos famosos anabolizantes.

A maioria dos vigoréticos não costuma buscar auxílio médico e, quando o fazem, tendem a se direcionar a profissionais condizentes com a prescrição de substâncias que acelerem o processo das conquistas esperadas. Há uma grande discussão sobre o embasamento científico dessas condutas, além de um questionamento ético em torno da força da indústria farmacêutica no que nomeio de “modismos prescritivos”.,

É comum aos vigoréticos a pesquisa constante em sites e blogs não-médicos, assim como a postura de especialistas no assunto, dando pouco ou nenhum espaço para argumentações contrárias.

A vigorexia é mais comum em homens, porém tem aumentado entre as mulheres devido à mudança dos padrões estéticos divulgados na mídia.

A decisão de procurar o psiquiatra muitas vezes se justifica por quadros depressivos e não pelo transtorno dismórfico. A depressão geralmente surge quando há indicação de parar o consumo de substâncias anabolizantes por conta de problemas clínicos ou até mesmo quando há recomendação de repouso e diminuição do tempo em atividades físicas. Um pouco de perda muscular é acompanhado de sentimentos de angústia e de pensamentos autodepreciativos.

Esses pacientes têm prejuízo social, profissional e pessoal importantes. Estão sempre se esforçando para manter um horário muito extenso e intenso de musculação, além de uma constante vigilância com o volume muscular, a aparência muscular e a relação da gordura subcutânea e músculo.

Doenças endócrino-merabólicas, hepáticas e cardiovasculares são outra grande consequência trágica na vida dessas pessoas.

A pergunta que fica é: ainda há dúvida do quanto você quer pagar pelo corpo ideal?

Dr. Thiago Macedo – Psiquiatra (Cremec:12661 / RQE: 7978)

Bacharelado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará

Residência em Psiquiatria pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia – Hospital Juliano Moreira

Contato: (88) 98116-1998/ 99942-1999

thiagomacedo.psiquiatra@gmail.com

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