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O período da gravidez e o pós-parto nem sempre é um mar de rosas, permeado por felicidade e excitação. Muitas mulheres podem vivenciar turbulências emocionais e psicológicas, ficando deprimidas, cansadas e irritadiças por um tempo maior que o comum. Caso esses sintomas se prolonguem por mais de duas semanas, é preciso buscar ajuda especializada.
Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estima que 25% das mulheres brasileiras sofram com depressão pós-parto (também conhecido pela sigla DPP). O estudo foi realizado com mais de 23 mil mulheres e identificou uma alta prevalência de depressão pós-parto seis meses após o nascimento. “O atendimento deficiente para essas mulheres e bebês durante o parto influencia mais na depressão pós-parto do que intervenções e complicações físicas obstétricas ou neonatais.”, conclui.
Apesar da incidência de casos, a doença ainda é vista com estigmas e muitas dúvidas. A seguir, entenda melhor o que é a DPP e quais são os sintomas, quais os níveis da doença e tratamentos.
O que é DPP?
A depressão pós-parto é uma doença que aparece após a gestação e pode surgir até o primeiro ano de vida do bebê. É caracterizada como um quadro depressivo que envolve o sentimento de tristeza, pessimismo, diminuição da disposição, tendência a olhar para as coisas de uma forma negativa, sem saída, além da falta de vontade de cuidar do bebê ou excesso de proteção, entre outros. Alguns casos podem complicar e evoluir para uma forma mais grave, conhecida como psicose pós-parto.
Quais os sintomas?
A similaridade com qualquer outro quadro depressivo é grande, no entanto, a principal diferença é o comprometimento do vínculo com o bebê. Por isso, observe e dê ouvido às suas emoções:
- Falta de interesse por atividades diárias que anteriormente eram prazerosas;
- Perda ou ganho de peso rápido;
- Insônia ou excesso de sono
- Cansaço extremo;
- Ansiedade e excesso de preocupação;
- Sentimento de desvalia.
- Sentimento de culpa;
- Irritabilidade
- Tristeza profunda;
- Ansiedade
- Choro frequente
- Dificuldade para se concentrar e tomar decisões;
- Vontade de prejudicar ou fazer mal ao bebê ou a si própria
- Cuidado excessivo com o bebê
Causas
Os principais fatores envolvem aspectos físicos, emocionais, contextuais, estilo e qualidade de vida, oscilações hormonais típicas do puerpério e também histórico de doenças ou transtornos mentais. A DPP pode surgir até um ano após o nascimento do bebê. Em alguns casos, surgem em meses mais avançados como seis, oito…
Níveis e tratamentos
A depressão pós-parto pode ser leve, moderada e grave. Nos mais leves e moderados, a mulher fica mais sensível e não há grande comprometimento em suas atividades . Nesses casos, medicação e terapia podem ajudar significativamente. Nos casos mais graves, e mais raros, podem surgir sintomas psicóticos como:
- Delírios;
- Alteração do pensamento e julgamento; alucinações, mais comumente auditivas ;
- Vontade extrema de fazer mal ao bebê, a si mesma ou a qualquer pessoa;
É de suma importância estar atenta aos sinais, buscar um psiquiatra e se amparar em sua rede de apoio. O tratamento adequado vai depender do nível da doença e só deve ser prescrito por um médico qualificado que seja de sua confiança. Atualmente existem medicações modernas e seguras na gestação e no puerpério. A ausência de tratamento, inclusive, pode ser prejudicial para o bebê. Seguindo o tratamento corretamente, é possível curar a depressão pós-parto.