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Meio Ambiente

Yanne Vieira

Yanne Vieira é jornalista formada pela Universidade Federal do Cariri (UFCA). Possui pesquisas desenvolvidas nas áreas de Jornalismo Ambiental, Meio Ambiente e Ciência, com foco no território do Geopark Araripe. Desde outubro de 2021, jornalista do Site Miséria.

Meio Ambiente

Yanne Vieira

Yanne Vieira é jornalista formada pela Universidade Federal do Cariri (UFCA). Possui pesquisas desenvolvidas nas áreas de Jornalismo Ambiental, Meio Ambiente e Ciência, com foco no território do Geopark Araripe. Desde outubro de 2021, jornalista do Site Miséria.

Relação homem (ou) natureza reflete no alto índice de resgate de animais silvestres no Ceará
Desmatamentos, queimadas e construções desordenadas, afetam diretamente o habitat dos animais silvestres que acabam procurando alimento em áreas urbanas
Foto: CBMCE

Em um balanço divulgado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) no último dia 6 de janeiro, 6.252 animais foram resgatados em todo o estado. Entre as espécies estão, além de animais domésticos, animais silvestres como cobras, jacarés, gatos-mouriscos, gambás e raposas. Em 2019 foram resgatados 3.919 animais, em 2020 o número aumentou para 5.217, o que representa, em dois anos, crescimento de 38,9%. Mas o que se pode extrair destes números?

De acordo com o biólogo Walison Machi, os resgates são muito importantes, mas eles mostram o quanto a relação entre ser humano e animais silvestres tem se tornado conflitante e desgastante principalmente para os bichos.

Analisando dois resgates que ocorreram em julho de 2021, dois animais, cobra e guaxinim, foram encontrados dentro de cisternas de casas, respectivamente nos municípios de Tauá e Canindé. Segundo Walison Machi, a ocupação desordenada em áreas naturais e/ou desmatamento por parte dos seres humanos, faz com que os animais silvestres percam parte de seu habitat.

De acordo com os dados do Programa de Monitoramento de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), somente em dezembro de 2021, foram registrados 782 focos de queimadas em todo o estado do Ceará. Já no monitoramento de focos ativos, o ano de 2021 teve 4379, registrando a maior média apenas no mês de outubro, com 1.852 focos ativos.

Quando essas espécies são resgatadas em ambientes como este, significa que os problemas de desequilíbrio ambiental, seja pela presença de construções, desmatamento e até queimadas, afetam na alimentação dos animais, que “acabam por não encontrar no ambiente natural e buscam alimentação nas comunidades e casas próximas”, afirma Walison.

 

“Os humanos muitas vezes não toleram essa relação e acabam matando esses animais”. 

Quando os animais silvestres são encontrados feridos em decorrência de acidentes ou mesmo pelas consequências das queimadas, o Corpo de Bombeiros realiza o resgate e encaminha o animal para os Centros de Referência de Triagem e de Reabilitação de Animais Silvestres (CETAS) na ausência destes, ONGs e instituições parceiras, geralmente com hospitais universitários dispõe de tratamento para esses animais, que são devolvidos à natureza em seguida.

De acordo com o Conselho Regional de Medicina Veterinário do Estado do Ceará (CRMV), no ato do recebimento, os animais são submetidos a três procedimentos: conferência da identificação taxonômica; marcação individual; avaliação clínica, física e comportamental. Já os animais não individualizados são marcados durante a triagem, e com base na avaliação, eles serão submetidos à destinação imediata ou à quarentena. O período de isolamento é definido de acordo com o grupo taxonômico, a origem e as condições do animal.

O que se deve fazer quando encontrar um animal silvestre?

Os animais silvestres são protegidos pela Lei nº 9.605/1998, a Lei dos Crimes Ambientais. O Corpo de Bombeiros indica que primeiro, deve-se manter sempre distância do animal e não tentar capturá-lo para não ferir ou machucá-lo. Em seguida, deve-se acionar a equipe do Corpo de Bombeiros no número 193, para fazer o resgate. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, inclusive em fins de semana e feriados.

 

O CBMCE também orienta que os condutores de veículos que visualizarem animais em vias de tráfego, devem reduzir a velocidade ou parar o veículo, evitando acidentes. Em relação aos poços, valas e cacimbas, estes devem estar cercados, sinalizados e tampados.

 

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