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Abaixo-assinado cobra da Alemanha devolução de fóssil retirado da Chapada do Araripe há 30 anos
O fóssil está desde 1991 no acervo do Museu Estadual de História Natural de Stuttgart, na Alemanha.
Rogério Brito
Reconstrução artística do Irritator challengeri - Imagem gerada por inteligência artificial (via ChatGPT/DALL·E, OpenAI)

Um grupo de pesquisadores brasileiros lançou um abaixo-assinado online pedindo a repatriação do fóssil do Irritator challengeri, dinossauro retirado ilegalmente da Chapada do Araripe, no Ceará, e mantido há mais de três décadas na Alemanha. O fóssil está desde 1991 no acervo do Museu Estadual de História Natural de Stuttgart (Staatliches Museum für Naturkunde Stuttgart – SMNS), no estado de Baden-Württemberg.

Em julho de 2023, uma carta aberta com cerca de 2 mil assinaturas foi enviada ao Ministério da Ciência, Pesquisa e Arte de Baden-Württemberg. O documento foi endereçado à ministra Petra Olschowski e solicita providências para a devolução do exemplar ao Brasil, sem que até o momento tenha havido resposta oficial das autoridades alemãs.

“Após dois anos esperando, seguimos sem uma resposta por parte do museu e das autoridades alemãs. Não podemos mais aceitar esse comportamento como normal. O patrimônio cultural brasileiro é explorado e retirado do território nacional desde os tempos coloniais, e estas práticas predatórias continuam a marcar a maneira como países europeus lidam com nosso país, nossa cultura e nossos bens mais valiosos”, afirma o texto do abaixo-assinado.

O Irritator challengeri foi descrito em 1996 por uma equipe formada exclusivamente por cientistas estrangeiros, com base em um fóssil adquirido no mercado ilegal e sem qualquer autorização do governo brasileiro. O artigo que descreve a espécie não informa o local exato da coleta, mas indica que o material é proveniente da Formação Romualdo, na Bacia do Araripe. Tampouco há menção a licenças de coleta, exportação ou estudo.

“O fóssil deve retornar para onde nunca deveria ter saído: o Cariri, sua região de origem. Lá, poderá contribuir para o desenvolvimento científico e também econômico do Sertão e da Chapada do Araripe, de forma sustentável, fomentando a pesquisa e o turismo em museus e instituições de pesquisa de excelência na região e que são motivo de orgulho para todos no Brasil”, defende o manifesto.

O abaixo-assinado online que pede a devolução do fóssil já ultrapassou 26 mil assinaturas. A meta é chegar a 35 mil. Apenas nesta terça-feira (29), mais de 400 pessoas aderiram ao movimento.

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