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Ação promovida pela rede municipal de ensino de Juazeiro do Norte repercute nacionalmente
Uma professora da rede municipal de Juazeiro do Norte criou um barril similar ao do personagem Chaves para incentivar o seu aluno com transtorno do espectro autista a permanecer em sala de aula.
Clara Karimai
Foto: Rede Social

A atitude de uma professora da rede pública de ensino de Juazeiro do Norte ganhou repercussão nacional. Para estimular a aprendizagem de um aluno com autismo, a professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE), da Escola Municipal Mário da Silva Bem, Licalle Rocha, criou um barril similar ao do personagem Chaves, do seriado mexicano, para incentivar o seu aluno a permanecer em sala de aula.

O estudante Raphael Silva, do 3º ano do ensino fundamental, tem hiperfoco no personagem. A partir dessa característica, surgiu a ideia de inserir o elemento que chamasse a atenção da criança, incentivando o gosto pelo ambiente de aprendizagem.

A ação virou notícia em alguns veículos e ganhou destaque na página ‘Razões para Acreditar’, que noticia atitudes que impactam positivamente na vida das pessoas, em todo o Brasil.

“Que orgulho desses profissionais!
Sabe o @ deles? Marque aqui pra gente!”, destacou a página em postagem parabenizando os profissionais.

De acordo com a docente, a ideia de construir o barril do Chaves surgiu como uma estratégia para que o estudante permanecesse junto aos colegas em sala de aula, já que ele apresentava resistência. Raphael, segundo a professora, reagiu bem ao primeiro contato com a estratégia inovadora.

“De imediato, ele já entrou na sala e seguiu direto para o local, reproduzindo muitos gestos de felicidade”, disse Licaelle.

Hiperfoco no autismo

O hiperfoco no autismo acontece quando pessoas no espectro apresentam um interesse intenso e altamente focado, em um ou mais assuntos. Isso pode durar a vida toda ou mudar com o tempo. Os interesses são os mais variados: arte, música, jardinagem, animais, números e outros. Muitas crianças com autismo gostam de dinossauros ou personagens específicos de desenhos animados.

Apesar de o hiperfoco ser algo predominante entre pessoas no espectro ou com déficit de atenção, essa não é uma característica exclusiva para pessoas atípicas.

No caso do pequeno Raphael, o cuidador Tiago Feitosa identificou o hiperfoco da criança, no Chaves, em 2022. Desde então, começou a abordar itens que promovessem a identificação no cotidiano escolar do aluno. O profissional deu ao estudante o elemento mais característico do personagem: o chapéu. Desde então, Raphael frequenta a escola com o objeto na cabeça. O trabalho de parceria da professora junto ao do cuidador, motivou a criança a desenvolver habilidades básicas que impactam positivamente na sua aprendizagem.

A mãe de Raphael, Cícera Torres, ressalta a importância da ação na vida do filho.

“Ele adora ir para escola, gosta muito do ambiente, dos colegas e professores, com essa novidade ele não para de fazer os gestos que identificam que ele está alegre. Fico muito feliz com todo esse olhar que estão tendo com meu filho e é também uma forma de incentivar outros profissionais”, afirma.

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