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Artistas indígenas do Ceará reúnem obras em zine que será lançado nesta segunda, 21 
O evento será transmitido ao vivo pelo Youtube da Escola Porto Iracema
Yanne Vieira
Foto: Raphaelle Batista/ Ascom Porto Iracema das Artes

A zine “Mecunã Kérupi Ané – Imagens dos Povos Indígenas do Ceará”, é resultado das primeiras “Amarrações Estéticas” da 9ª edição dos Laboratórios de Criação 2021. Com lançamento marcado para às 19h desta segunda-feira (21), o evento será transmitido ao vivo pelo Youtube da Escola Porto Iracema.

O evento conta com a participação dos artistas indígenas Byya Kanindé, Junior Potyguara, Merremii Karão Jaguaribaras, Karine Araújo, Débora Anacé e Bárbara Matias.

De acordo com a Secretaria de Cultura do Ceará (Secult), a publicação tem a tutoria e curadoria de Iago Barreto e Ka, e abriga as artes visuais e escritas de 19 artistas indígenas do território cearense, a maioria participante do grupo artístico Tamain. A zine está disponível virtualmente na plataforma Issuu. 

Barbara Matias, artista indígena do povo Kariri, afirma que “o trabalho foi registrar aquilo que nós já sabíamos sobre a gente [como coletivo] e partilhar com outras pessoas, principalmente os não-indígenas, um pouco das poéticas e estéticas que a gente vem desenvolvendo no cenário artístico cearense e para outros territórios”, relata.

Os imaginários sobre o meu povo foram, em maioria, roteirizados por não-indígenas, então estar nesse espaço, aprender a técnica desta linguagem é subverter, narrar modos do meu povo que não sejam estereotipados. Essa responsabilidade de estar no Lab Cena 15 me desafia e também causa muita alegria”, relata Barbara. 

Na zine, diversas temáticas expressas através das artes visuais e escritas, são retratadas, como os desenhos do artista Junior Potyguara, que representa indígenas de diversos contextos e características.

É um projeto que pensa o sonhar a partir da perspectiva de jovens indígenas, que ao semear aquilo que pensam enquanto dormem vão despertando outras pessoas do pesadelo colonial’‘, relata Iago Barreto, arte-educador e um dos tutores da zine. 

Para o curador, o público pode esperar de Mecunã Kérupi Ané “um convite a conhecer o mundo de 19 artistas indígenas em sua temporalidade, narrativas ecológicas, saberes ancestrais, possibilidades oníricas e utópicas”, analisa. 

Sobre a artista indígena do povo Kariri 

Barbara Matias nasceu na comunidade do Marreco (Aldeia Marrecas), Quitaius, Lavras da Mangabeira. Artista curiosa, transita entre as artes da cena, audiovisual e escrita. Sua prática é um caminho não-linear que usa a corpa como suporte para denunciar o memoricídio, “se-acontece” em diferentes plataformas artísticas para resgatar memórias originárias e recontar memórias nativas que foram apagadas devido o etnocídio/genocídio da nação Kariri. Doutoranda em Artes da Cena pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

 

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