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Bakiribu waridza: pesquisadores descobrem novo pterossauro da Bacia do Araripe
O nome escolhido deriva de palavras Kariri: bakiribú, que significa “pente” e waridzá , que significa “boca”, em referência à dentição em forma de pente do animal.
Bruna Santos
Reconstrução artística do Barikibu waridza gen et sp. nov. no ambiente da Formação Romualdo do Cretáceo Inferior.
Demonstração de como seria o Barikibu waridza gen et sp. nov. Foto: Arte de Julio Lacerda.

Um “vômito fossilizado”  encontrado décadas atrás na Chapada do Araripe, revelou uma nova espécie: o primeiro pterossauro filtrador descrito nos trópicos, denominado Bakiribu waridza gen. et sp. nov. A descoberta foi feita no Museu Câmara Cascudo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o material da pesquisa foi publicado em 10 de novembro na revista Scientific Reports, da Nature.

O nome escolhido deriva de palavras Kariri: bakiribú, que significa “pente” e waridzá , que significa “boca”, em referência à dentição em forma de pente do animal. Segundo Aline Guilhardi, uma das paleontólogas pesquisadoras, o nome também busca homenagear os povos originários da região da Chapada do Araripe.

Conforme descrito na pesquisa, o material foi originalmente depositado na coleção de paleontologia do Museu Câmara Cascudo, onde permaneceu armazenado por muitos anos sem identificação formal. Após identificarem o material como uma nova espécie, metade do bloco de rocha calcária foi entregue ao Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri, com o objetivo de apoiar a preservação de espécimes significativos da região, além de contribuir para o desenvolvimento local. 

Material fossilizado. Foto: Divulgação.

Ainda, de acordo com a paleontóloga, o Bakiribu waridza, possuía mandíbulas longas e centenas de dentes finos e alongados, usados para filtrar seu alimento, pequenos organismos aquáticos (similar aos flamingos modernos”, disse em publicação nas redes sociais.

Para os pesquisadores, a descoberta preenche uma lacuna paleobiogeográfica na distribuição do grupo Ctenochasmatinae, e aponta a importância de estudar os espécimes dos museus, que podem fornecer novas informações evolutivas.

Também, foi destacado nas conclusões que o Bakiribu se soma às evidências de que a Bacia do Araripe serve como uma janela essencial para a biodiversidade do Cretáceo Inferior, a complexidade ecológica e as trocas faunísticas em escala continental.

Destaca-se que, além Aline Guilhardi da UFRN, também contribuiram na pesquisa: Borja Holgado, do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, da (URCA); Tito Aureliano, do Departamento de Química Biológica da URCA; RV Pegas, do Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo (USP); William Almeida, do Setor de Paleontologia, Museu Câmara Cascudo (UFRN); e Claude Santos, também do Museu Câmara Cascudo (UFRN).

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