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Diabetes e cigarro podem agravar quadros de tuberculose, afirma infectologista
A reportagem do Site Miséria entrevistou Silvia Fonseca, infectologista do Sistema Hapvida
Yanne Vieira
Foto: Agência Brasil Na foto: Autora: Carol Garcia / AGECOM

Causada pelo Mycobacterium tuberculosis, conhecido como bacilo de Koch, a tuberculose humana foi descoberta há 140 anos pelo médico Robert Koch (1843-1910). Mesmo com o avanço da ciência, a doença que afeta com mais frequência os pulmões, continua sendo um grave problema de saúde. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020, por volta de 1,5 milhão de pessoas morreram da doença.

O relatório global da OMS aponta que a pandemia de covid-19 reverteu anos de progresso global no combate à tuberculose. Em 2020, mais pessoas morreram da doença, com muito menos pessoas sendo diagnosticadas e tratadas ou recebendo tratamento preventivo em comparação com o ano de 2019.

Silvia Fonseca, infectologista do Sistema Hapvida, explica que devido à pandemia de covid-19, as pessoas pararam de ter acesso ao diagnóstico, aos tratamentos preventivos e curativos. “Houve uma estatística menor de casos novos de tuberculose, porque as pessoas estavam com dificuldade de encontrar os serviços. E, por isso, foram registradas muito mais mortes do que na década anterior inteirinha”, ressalta.

Somente no ano de 2020, o Brasil registrou 66 mil novos casos de tuberculose, em 2019, foram notificados cerca de 4.500 óbitos pela doença, como aponta o boletim do Ministério da Saúde. “Em 2020, sabemos que houve mais óbitos, as estatísticas ainda não foram divulgadas”, afirma a infectologista

Até a descoberta de um tratamento adequado, cerca de 20% de todas as mortes tinham a ver com tuberculose. Inclusive, no Brasil, nos séculos 19 e 20, perdemos grandes artistas, escritores, dentre eles, Castro Alves, Álvares de Azevedo e o poeta Noel Rosa”, lembra a médica.

De acordo com a infectologista Silvia Fonseca, a tuberculose concentra-se em lugares onde tem mais pessoas desnutridas, com más condições de moradia, indivíduos portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e que não estão sendo tratados. “a diabetes e o fumo também podem agravar quadros de tuberculose”, reforça Silvia Fonseca.

Sobre a doença

De acordo com o Ministério da Saúde, a tuberculose é uma infecção prevenível e curável. Caracterizada como infecciosa e transmissível, afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas.

Os principais sintomas são tosse, que pode ser acompanhada de sangue, febre, emagrecimento, perda de apetite e sudorese noturna. A tuberculose extrapulmonar também é marcada por dor nos órgãos atacados pelo bacilo de Koch.

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 85% das pessoas que desenvolvem tuberculose podem ser tratadas com sucesso, num regime de seis meses do uso de medicações,oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), através do programa Programa de Controle de Tuberculose, que compreende a identificação e o tratamento do paciente portador da doença, bem como das pessoas que moram com ele.

O SUS também oferece gratuitamente a vacina, logo no primeiro mês de vida, que protege das formas mais graves da doença.

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