Compartilhar
Publicidade
Publicidade
Do apoio físico ao emocional: conheça a profissão de doula
A reportagem do Site Miséria entrevistou a doula e educadora perinatal Naara Mizraim
Yanne Vieira
Doula
Foto: Arquivo pessoal Naara Mizraim

Na última década, casos de violência obstétrica ganharam espaço em veículos de comunicação e divulgação em massa através das redes sociais. O debate em torno da gestação, permissibilidade e humanização do parto levantou questionamentos e aumentou a procura por práticas alternativas de cuidado.

Em 2001, o Ministério da Saúde publicou o manual “Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher”, nele, o órgão reforma a atenção adequada à mulher no momento do parto como um passo indispensável para garantir que ela possa exercer a maternidade com segurança e bem-estar. O documento cita, ainda, o acompanhamento do parto por uma doula.

Apesar da prática milenar ser reconhecida pelo Ministério da Saúde, somente no dia 16 de março deste ano, o Senado aprovou a regulamentação da profissão de doula. A palavra, de origem grega, se traduz como “mulher que serve”, o que explica a função de suporte emocional e físico concedido à gestante durante todo o período de gravidez e puerpério.

Dois autores americanos Phyllis Klaus e Jhon Kennel publicaram, ainda em 1993, um estudo apontando que a presença de uma doula ajuda a diminuir em 50% as chances de cesárea, diminuir em 25% o tempo de duração em trabalho de parto, diminuindo para 60% os pedidos de analgesia peridural e em 40% de chances do uso de ocitocina sintética.

A reportagem do Site Miséria entrevistou a doula e educadora perinatal Naara Mizraim, “conheci a doulagem através de um documentário sobre violência obstétrica em 2018, que fez com que eu me sensibilizasse bastante com o que as mulheres e os bebês vivenciam nesse cenário obstétrico, acabei me identificando logo de cara com o trabalho das doulas, mas só fui iniciar nesse movimento em 2020”, conta.

Foto: Arquivo pessoal

Uma doula auxilia a gestante a superar períodos de ansiedade, medo e expectativa que vêm com a gravidez e a auxilia também no momento do parto, “é papel da doula garantir, dentro das suas possibilidades, um ambiente acolhedor que permita a liberdade, segurança, tranquilidade e privacidade necessárias para que você possa parir o seu bebê em paz”, relata Naara.

Educadora Perinatal x Doula

De acordo com Naara, a função da educadora perinatal é de informar e orientar sobre as fases do trabalho de parto, violências obstétricas e neonatais e sobre os direitos, “para que a gestante possa tomar suas decisões de forma consciente e segura’‘, afirma.

Naara relata também que a educação perinatal ensina a gestante e família sobre os processos da gravidez, do trabalho de parto e o pós-parto, com base nos conhecimentos científicos, fisiológicos, psicológicos e emocionais e prepara a família para passar por esses processos de maneira mais informada e consciente.

Já o papel da doulagem é de participar ativamente desde o início do trabalho de parto até o pós parto imediato, dando apoio físico e emocional para essa parturiente.

A doula inicia o trabalho durante a gestação, o acompanhamento do trabalho de parto em casa, desde as primeiras contrações, ajudando com o uso de não farmacológicos para amenizar a dor melhorando os resultados desse trabalho de parto, “somos as primeiras a chegar e as últimas a sair”, conclui.

Compartilhar
Comentar
+ Lidas
Publicidade