Maria Luiza de Sousa Bezerra, uma das estudantes responsáveis pelo projeto. Foto: Pedro Hiarlley
O projeto “Mulheres à Margem: Capacitação ambiental em busca de inclusão e igualdade”, desenvolvido por estudantes da Escola José Correia Lima, de Várzea Alegre, foi selecionado para a etapa regional da Feira Ceará Científico 2025, que será realizada em Icó, sob a jurisdição da CREDE 17.
A iniciativa é assinada pelos estudantes Maria Luiza de Sousa Bezerra e Madson Iarley Felix Rodrigues, com orientação do professor Felipe Herbert de Oliveira Clementino. O trabalho está alinhado ao tema norteador da Secretaria da Educação para este ano letivo, que busca pautar a ‘Educação Ambiental, sustentabilidade e emergência climática’, promovendo reflexões sobre saberes científicos em tempos de crise climática global.

Estudantes da Escola José Correia Lima. Foto: Pedro Hiarlley
De acordo com o diretor da escola, Pedro Carlos Vieira, o incentivo a participação estudantil nos eventos é uma forma de estimular o olhar atento as causas sociais e ambientais que impactam a comunidade. “Vejo que os estudantes envolvidos não apenas ampliam seus conhecimentos, mas também desenvolvem sensibilidade e empatia, aprendendo a enxergar o outro para além das aparências e a reconhecer a importância de cada papel dentro da sociedade”, comentou.
Ainda, para o gestor escolar, um ponto especial do projeto é a visibilidade dada a duas pautas: o descarte adequado de resíduos e a valorização dos profissionais da limpeza urbana, cuja contribuição costuma ser invisibilizada.
A competição abrange oito categorias: Ensino Médio – Linguagens; Ciências da Natureza e Engenharias; Automação e Tecnologias da Informação; PCD (Pessoas com Deficiência); Ciências Humanas; Matemática; EJA (Educação de Jovens e Adultos); e Pesquisas Júnior (Ensino Fundamental).
Caso conquiste a classificação regional, o projeto seguirá para a fase estadual, que reunirá os melhores trabalhos de estudantes de todo o Ceará.
Desenvolvimento do Mulheres à Margem
O desenvolvimento do projeto foi realizado em diferentes etapas, incluindo pesquisas bibliográficas e encontros com as profissionais da limpeza urbana para compreender suas necessidades e expectativas. “Em seguida, aplicamos um questionário diagnóstico que revelou lacunas de conhecimento sobre práticas ambientais e manejo de resíduos. A partir desses dados, estruturamos um curso de capacitação com carga horária de 20 horas, que integrou conteúdos de física, química, biologia e geografia social ao cotidiano de trabalho dessas mulheres”, explicou o orientador Felipe Herbert.

O trabalho teve início em 2024 e continua em 2025, com o objetivo de valorizar, capacitar e dar visibilidade às profissionais de limpeza urbana de Várzea Alegre. Foto: Divulgação.
Além da formação técnica, o projeto também promoveu momentos de escuta com psicólogos, onde as profissionais puderam compartilhar as situações cotidianas, boas e ruins, que enfrentam durante o exercício da profissão.
“Os resultados já são visíveis: as profissionais relatam sentir-se mais preparadas e seguras em suas atividades, com maior conhecimento técnico, autoestima fortalecida e consciência sobre a importância de seu papel. Além disso, o projeto conseguiu mobilizar escolas, redes sociais e a mídia local, ampliando o reconhecimento social do trabalho dessas mulheres”, celebrou o professor.
A última ação realizada aconteceu em 1º de outubro deste ano, onde a equipe proporcionou, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, um curso com foco em práticas sustentáveis, reciclagem e manejo adequado de resíduos.

