
INDJA é uma artista multilinguagem. Foto: Tainah Amaral
O Centro Cultural do Araripe, no Crato, recebe a partir desta quinta-feira (5) a exposição TERRA KARIRI – registros performáticos, da artista INDJA. A mostra reúne registros fotográficos, figurinos e utensílios utilizados na performance “Terra Kariri”, com simbologias e materiais naturais tradicionalmente empregados por diversas etnias indígenas em seus ritos.
A abertura da exposição, com classificação indicativa livre e entrada gratuita, ocorre às 18h30, com apresentação da performance e discotecagem dos DJs Coral e Erikson Kariri. Nos demais dias, a visitação estará disponível das 8h às 12h e das 13h30 às 17h.
Natural de Juazeiro do Norte, INDJA pertence aos povos indígenas Kariri/Payacú. É graduada em Licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Regional do Cariri (URCA) e atua desenvolvendo trabalhos como performer, pintora, cantora, produtora cultural, fotógrafa, drag queen e diagramadora.

A performance propõe retratar o Cariri como território indígena, ancestral e originário.
Foto: Tainah Amaral.
“Levar essa terra para os locais onde eu vou performar é como levar essa terra dentro de mim. Independente de onde for apresentada, eu sempre estarei em cima de uma Terra Kariri, de um território caririense. Quando eu chego com essa terra, em espaços públicos onde a performance é realizada, eu visto uma indumentária e faço uma saudação a Tupã e aos ancestrais indígenas, na língua Kariri-Xocó. Depois, macero um pouco de urucum enquanto vou fazendo essas saudações, e misturando com água”, explica a artista.
A performance, que já passou pelo Festival Imaginários Urbanos, em Fortaleza, e pela Curva Galeria de Arte, em Juazeiro do Norte, propõe retratar o Cariri como território indígena, ancestral e originário.
“Em seguida, eu tomo um banho com esse urucum, que acaba tingindo a indumentária feita de algodão cru. Essa indumentária tingida com esse vermelho do urucum representa tanto um banho de proteção quanto o sangue, que fala sobre a violência aos corpos indígenas, aos corpos massacrados durante a colonização, na pós-colonização até os tempos de hoje”, complementa.