Seu Antonio Araújo Cavalcante era comerciante e foi presidente do Guarani de Juazeiro (Arquivo pessoal)
“Como saudade é o amor que fica, a família vai se encostando nas boas lembranças dessa feliz convivência”. A afirmação foi feita pelo advogado e servidor público federal Welinton Egídio Cavalcante após a celebração da missa de sétimo dia em sufrágio da alma do seu pai o comerciante e ex-presidente do Guarani, Antonio Araújo Cavalcante. Ele morreu aos 84 anos na última sexta-feira (21) e a liturgia aconteceu na tarde de ontem na Igreja de Nossa Senhora de Lourdes (São Miguel) em Juazeiro.
O mesmo se tratava de uma broncopneumonia que o deixou dois meses internado no Hospital Regional do Cariri com 20 dias num dos leitos de UTI. Ele nasceu no dia 6 de agosto de 1936 no município de Milhã e, já casado com Maria Egídio de Sousa Cavalcante – morreu há três anos -, desembarcou em Juazeiro no final da década de 60 quando passou a residir na Avenida Floro Bartolomeu da Costa no bairro São Miguel. Não demorou a se apaixonar pela cidade fundada por Padre Cícero de quem era devoto.
O amor ao esporte já trazia consigo e até foi árbitro de futebol nos campeonatos promovidos no antigo campo da LDJ (Liga Desportiva Juazeirense). Se já gostava de Juazeiro e do Padre Cícero, não pensou duas vezes em atender o convite da IMAG (Indústria de Massas Alimentícias Gessi) que funcionava em Crato. Obstinado pelo trabalho, Seu Antonio saía vendendo os produtos na sua própria Kombi por cidades do Cariri e regiões vizinhas.
O volume de vendas o fez evoluir para um caminhão e não demorou a se tornar dono de uma concessionária de veículos usados na Rua São Pedro, perto da via férrea, em Juazeiro. Vieram mais caminhões e o mesmo passou a carregar telhas para o Maranhão, trazendo madeira na volta. Foi ai que surgiu a amizade com o empresário e dono de uma madeireira, Anchieta Borges. O amor desse novo amigo pelo Guarani contagiou Seu Antonio que se tornou presidente do Clube no final da década de 70.
Inclusive, no ano de 1979 e sob o seu comando, o famoso “Leão do Mercado” fez uma das mais belas campanhas de sua história no Campeonato Cearense. Quem não recorda àquele time treinado por Ênio Silva com Jurandir; Pirajá, Gena, Caucaia e Acilon; Zé Carlos, Carlos Alberto e Marcos Pintado; Icinho, Manoel e Esquerdinha. Antes das viagens e após vitórias, todos seguiam juntos sob a liderança de Seu Antonio até à Colina do Horto para momentos de orações aos pés da estátua de Padre Cícero.
Quando veio residir em Juazeiro, o casal já trouxe consigo os filhos Antomário (comerciante) e Welinton (servidor do INSS e advogado). Aqui teve mais dois: José Willame (advogado) e a enfermeira Ana Carolina, cuja família fez questão de manifestar toda gratidão à equipe médica do Hospital Regional do Cariri que, como relataram, tão bem cuidou do paciente enquanto ali esteve tentando driblar a doença.
Durante a missa desta quinta-feira coube a Welinton fazer uma saudação póstuma mesmo ainda se refazendo da profunda dor com a partida do seu pai. Ele pontuou o seu genitor como um exemplo de homem dedicado ao trabalho e a tudo que fazia, principalmente na busca por conduzir sua família pelo melhor caminho da honestidade, seguindo os seus passos. Após manifestar o orgulho de ter sido o seu filho, Welinton prometeu empenho no sentido de sempre honrar o nome do pai e o seu legado.

