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Casal lébisco denuncia ter sofrido homofobia em bar de Missão Velha
Segundo relato das clientes, elas foram expulsas do estabelecimento após o proprietário do local perceber que mantinham um relacionamento afetivo. Estabelecimento nega acusações.
Redação Portal M1
bandeira lgbt
Bandeira LGBT. Foto: Marcello Camargo / Agência Brasil.

Um casal de mulheres lésbicas denunciou ter sido vítima de homofobia no Boteco MV, na cidade de Missão Velha, no dia 10 de dezembro. Segundo relato das clientes, elas foram expulsas do estabelecimento após o proprietário do local perceber que mantinham um relacionamento afetivo. Em um vídeo que circula nas redes sociais, ele chega a afirmar que “não aceita” a troca de afeto entre as duas. Após a situação, o casal abriu um boletim de ocorrência. 

Ao Portal Miséria/M1, uma das envolvidas, que terá seu nome preservado, afirmou que o ocorrido aconteceu por volta das 22h, e no local, além delas, havia apenas dois funcionários e outro casal de clientes. Segundo ela, após perceber a troca de carinho, o proprietário pediu para que a conta fosse paga e que elas se retirassem do bar.

“Já foi levantando o tom de voz, ficando mais agressiva, e eu me mantive calma, porque eu não poderia perder a minha razão numa situação sobre essa, até porque, como muitos dizem, não é a primeira vez que a gente sofre homofobia, eu falo isso no geral, e não vai ser a última, mas também, quantas vezes forem necessárias, a gente tem que se impor, tem que mostrar que a gente tá aqui, que somos seres humanos”, afirmou.

O episódio foi descrito pelo casal como chocante. “Eu sei que o que eu fiz não foi nada demais até porque como eu falei não foi uma coisa espalhafatosa, foi uma troca de carinho como qualquer casal seja ele homo ou hétero tem no seu dia-a-dia. Foi uma coisa bastante inocente, não teve nada demais”, relatou.

Além do boletim de ocorrência, integrantes do movimento LGBTQIA+ da região sinalizaram nas redes sociais o desejo de protocolar uma denúncia formal ao Ministério Público. “Eu acredito que eu tenho esperança no mundo que a gente vive, por mais difícil que seja. E eu me recuso a acreditar que vai ser assim para sempre”, pontuou a mulher.

O que diz o estabelecimento?

A equipe de reportagem, o Boteco MV afirmou que a história do estabelecimento é construída pela pluralidade dos clientes, e disseram repudiar qualquer forma de preconceito ou discriminação. Também afirmaram que a acusação de homofobia é falsa e ofensiva “aos valores cristãos e cidadãos” que regem a conduta da equipe.

No comunicado, a equipe jurídica do bar argumentou que a intervenção realizada pela gerência não teve relação com a orientação sexual das envolvidas. Segundo a nota, a ação foi um ato administrativo, motivado por comportamentos inadequados que infringiam as normas de convivência social e perturbavam o sossego das famílias, crianças e demais clientes presentes no local.

O respeito é uma via de mão dupla: o BOTECO respeita todos os seus clientes, e exige que seus clientes respeitem o ambiente familiar que oferecemos. Ninguém foi convidado a se retirar por ser quem é; a intervenção ocorreu estritamente pelo que foi feito. Atos de desrespeito, algazarra excessiva ou comportamentos que ferem o pudor público (Art. 233 do Código Penal) não são tolerados em nosso estabelecimento, independentemente de quem os pratique”, diz trecho da nota.

Também, mencionaram que irão tomar as medidas cabíveis nas esferas Cível e Criminal para defender a honra e reputação do estabelecimento. Ainda no retorno, a equipe jurídica argumenta que os vídeos divulgados são editados e descontextualizados.

Tais materiais, convenientemente iniciados apenas no momento da reação da gerência, omitem as provocações e condutas graves que deram causa ao incidente. A divulgação de material audiovisual manipulado com o intuito de imputar falsamente crime a cidadão de bem configura ilícito penal e civil gravíssimo (Calúnia e Difamação). Nossa equipe jurídica já está atuando na preservação de todas as provas reais, incluindo imagens de câmeras de segurança e testemunhos de clientes que se sentiram constrangidos pela atitude dos acusadores”, complementam.

*Matéria atualizada às 15h14, do dia 14/12/2025 para acréscimo de informações.

Confira o vídeo:

 

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