Foto: Ascom /PMJN
Mães atípicas de Juazeiro do Norte realizaram, na manhã desta quinta-feira (21), uma manifestação em frente ao Instituto Heitor Coelho após a notícia da suspensão do contrato da Prefeitura com a empresa que realizava terapias de crianças com transtornos do desenvolvimento. O rompimento ocorreu após o início de uma investigação interna — ainda em andamento — sobre suspeita de superfaturamento por parte do Instituto, que levou ao afastamento de dois servidores municipais.
O início das investigações começou há cerca de 60 dias, por meio de uma denúncia via gabinete do prefeito. De acordo com a Secretaria de Saúde, cerca de 450 crianças eram atendidas na unidade, e segundo o titular da pasta, Bendimar Júnior, já está sendo feito o recadastramento para que os pacientes sejam atendidos em outras clínicas conveniadas ou equipamentos do próprio município.
“Já fizemos contato com cerca de 200 mães, de segunda (18) para hoje, para que essas crianças possam ser atendidas na nossa rede de prestadores e no nosso próprio núcleo. Então, a gente deixa essa mensagem que em nenhum momento essas mães vão ficar desamparadas com suas crianças. Vale destacar que todo esse procedimento está sendo acompanhado pela Polícia Civil, pelo Ministério Público, mas nós precisamos realizar esse dever administrativo e jurídico para que a gente não possa vir responder futuramente” disse o secretário em live realizada junto ao prefeito Glêdson Bezerra (Podemos).
Ainda, segundo Glêdson, a Controladoria está fazendo a investigação interna e não é possível repassar recursos para o Instituto se houver indícios de irregularidades. “Porque, uma vez se confirmado lá na frente, quem repassou dinheiro indevido responde também. Então, nós solicitamos documentações ao Instituto Heitor Coelho. Umas foram entregues e outras não”, explicou.
O contrato deve se manter suspenso até o fim das investigações. “Se chegarmos finalmente lá e os tais fundados indícios não forem confirmados, aí a gente poderá um dia voltar a trabalhar com o Instituto Heitor Coelho. Se for confirmado que tinha gente recebendo propina, que tinha gente superfaturando serviços, aí não pode mais continuar dessa forma”, afirmou Glêdson.

Manifestação realizada em frente ao IHC, em Juazeiro do Norte. Foto: Reprodução
Durante o ato, as mães relataram estar apreensivas quanto a qualidade do atendimento das crianças, além de mencionarem estar surpresas com a suspensão. Algumas relataram falta de comunicação sobre o caso. Segundo elas, a reivindicação é para entender a situação, mas sobretudo, para que o serviço seja ofertado de modo a não atrapalhar o desenvolvimento dos seus filhos. “É normal que as mães que realizam suas terapias no IHC fiquem preocupadas, fiquem nessa expectativa. Mas o nosso dever é poder dar continuidade nesse serviço”, comentou o secretário.
A orientação é que os responsáveis procurem o setor de Saúde Mental da Secretaria de Saúde para receber o cronograma de encaminhamento das crianças a outras unidades para continuidade das terapias.
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