Como forma de homenagem póstuma o Site Miséria lembra exatos 10 anos da morte da professora e artista plástica Maria Assunção Gonçalves, que transcorre nesta sexta-feira. Dona Assunção, como era conhecida, morava na Rua Padre Cícero perto da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores e faleceu aos 97 anos. Ela nasceu no dia 1º de junho de 1916 ou cerca de cinco anos após a emancipação política de Juazeiro. A morte dela ocorreu no dia do sepultamento da Irmã Ana Terezinha sua grande amiga.

Ela teve a oportunidade de conhecer de perto o Padre Cícero, pois era uma jovem de 18 anos quando o sacerdote faleceu no ano de 1934. Dona Assunção costumava lembrar com orgulho um dia em que o mesmo saiu de casa sem por perfume e ela o fez com o seu. A mesma repetia sempre que só queria morrer após ser avisada sobre a reabilitação sacerdotal do “Padim”, mas não deu tempo. Em meados de 2003 ela produziu uma espécie de réplica do seu clássico Juazeiro Primitivo.

Dona Assunção era filha de Francisco Gonçalves de Menezes e Isabel Teles de Menezes. Inicialmente morou no Sítio Logradouro, passando, depois, a residir na Rua Padre Cícero, onde de lá não mais saiu. Professora formada pela Escola Normal Rural de Juazeiro era outro orgulho seu porquanto foi a primeira escola do ensino ruralista no Brasil onde lecionou posteriormente. Outra recordação que costumava contar às pessoas era sobre a visita feita por Lampião ao Juazeiro mesmo com apenas 10 anos

Ela sempre foi participante ativa dos movimentos católicos e das ações em prol da educação. Dona Assunção levou consigo a marca de ter sido a primeira diretora do extinto Ginásio Municipal Antonio Xavier de Oliveira por nomeação do então prefeito Mauro Sampaio. A mesma transformou o seu lar num atelier que acolhia diversos jovens interessados no mundo das artes plásticas e sempre ensinou a todos com muito carinho e determinação.

Ainda hoje suas telas estão espalhadas por vários estados brasileiros e até no Exterior. Testemunha presencial de muitos fatos históricos relacionados com a vida do Padre Cícero e de Juazeiro, Dona Assunção foi uma das figuras mais requisitadas para prestar informações aos pesquisadores. Ela tinha uma memória privilegiada e muito se empenhou na defesa de Padre Cícero no sentido que a sua história fosse recontada sem sofisma.