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Juazeiro lembra hoje 150 anos da chegada de Padre Cícero para morar no povoado
O sacerdote aqui chegou cavalgando em um jumento e era apenas um arraial com algumas poucas casas de tijolos e uma rústica capela.
Demontier Tenório
Juazeiro lembra hoje 150 anos da chegada de Padre Cícero para morar no povoado
Padre Cícero nasceu em Crato e morreu em Juazeiro, onde foi sepultado no altar-mor da Capela do Socorro (Foto: Reprodução)

O Site Miséria mergulha no túnel do tempo e lembra o sesquicentenário da chegada do Padre Cícero Romão Batista para residir na Vila Juazeiro. Foi no dia 11 de abril de 1872 e, somente 39 anos depois, o vilarejo se tornava município ganhando autonomia em relação ao Crato. Para lembrar tão importante data, houve apenas uma salva de fogos, retreta e missa celebrada pelo bispo Dom Magnus comemorando os 150 anos da mudança do sacerdote para o povoado.

Naquele dia aqui chegava na condição de Capelão e passou a residir no vilarejo juntamente com sua mãe Joaquina Vicência e as irmãs Angélica e Mariquinha e a serviçal Tereza do Padre. O religioso foi convidado por moradores do povoado e recebido com grande festa pouco mais de três após ter celebrado a Missa do Natal à convite do professor Simeão. Ali começava toda uma história de trabalho e religiosidade popular garantindo ao “Padim” a gratidão pelo progresso da cidade.

Hoje, Juazeiro do Norte ocupa área de 248 km² e parte desta conseguida por Padre Cícero junto a municípios vizinhos a fim de garantir território para viabilizara a emancipação. A cidade tem na figura do Padre Cícero um marco na construção da religiosidade e da cultura do seu povo atraindo olhares de diversos lugares do país. O sacerdote aqui chegou cavalgando num jumento e era apenas um arraial com algumas poucas casas de tijolos e uma rústica capela.

As romarias começaram a partir de uma missa em março de 1889 quando Padre Cícero ministrava a comunhão aos fiéis. Ao colocar a hóstia na boca da beata Maria de Araújo, esta se transformou em sangue e o fato se repetiu por diversas vezes durante cerca de dois anos, sendo logo atribuído pelos fiéis como um milagre. Levas de católicos passaram a visitar o povoado em busca dos conselhos e da benção do “Padim Ciço”.

O vilarejo foi crescendo com a abertura de novas ruas e a construção de casas tudo no entorno da fé popular. Surgiam os pequenos negócios com melhores perspectivas e o Padre Cícero sempre aconselhando: “em cada casa um santuário e em cada quintal uma oficina”. Os espaços sagrado e econômico se entrelaçaram com o trabalho e a fé caminhando juntos a ponto de servir como alicerce para o desenvolvimento de Juazeiro.

Graças a ele, Juazeiro é considerado um dos maiores centros de religiosidade popular da América Latina, atraindo 1,5 milhão de fiéis por ano os quais vêm reverenciar Nossa Senhora das Dores e Padre Cícero que introduziu uma política de fé, amor e trabalho, tornando-se um mito para o povo nordestino. Nas romarias, a cidade se transforma em um centro de devoção com missas, bênçãos, procissões, novenas, peregrinações e visitações, além de extraordinário mercado de artesanato regional e artigos religiosos.

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