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Juazeiro lembra hoje exatos 5 anos da morte do poeta Pedro Bandeira que foi vereador
Pedro Bandeira Pereira de Caldas morreu aos 82 anos no dia 24 de agosto de 2020 - dia consagrado aos artistas - em sua residência no bairro Lagoa Seca no Juazeiro.
Demontier Tenório
Pedro Bandeira era paraibano, mas muito projetou Juazeiro com a sua arte. (Foto: Reprodução)

Como forma de homenagem póstuma, o Site Miséria lembra exatos 5 anos da morte do Poeta Pedro Bandeira, que transcorre neste domingo (24). Pedro Bandeira Pereira de Caldas nasceu no dia 1º de maio de 1938, no Sítio Riacho da Boa Vista no município de São José de Piranhas (PB) e morreu aos 82 anos no dia 24 de agosto de 2020 – dia consagrado aos artistas – em sua residência no bairro Lagoa Seca no Juazeiro. Ele se tratava do mal de Alzheimer que já o tinha deixado bem debilitado.

O mesmo foi professor, advogado, cordelista, radialista, vereador em Juazeiro e escritor o qual trouxe consigo das terras paraibanas o dom da poesia e do repente. Um verdadeiro conquistador de troféus, medalhas e festivais dos quais participou em diversos lugares do Nordeste. Era filho de Tobias Pereira de Caldas e da poetisa Maria Bandeira de França e se orgulhava, como sempre dizia, de ser neto do famoso cantador nordestino Manoel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento da arte.

Dois anos antes da morte, Pedro Bandeira recebeu o título de Tesouro Vivo da Cultura do Ceará, concedido pela secretaria estadual da cultura, uma das grandes honrarias conquistadas dentre muitas. O dom da arte começou a brochar em Pedro Bandeira quando ainda era menino. Aos seis anos já fazia versos, e, aos 17 anos, tornou-se cantador profissional. Pedro Bandeira era formado em Letras, Teologia e Direito e se tornou bastante conhecido como o “Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste”.

Foi casado com Dona Helena Bandeira e tiveram duas filhas: Íria Bandeira, advogada e funcionária da Câmara Municipal de Juazeiro, e a médica Analica Bandeira. O querido poeta sempre fez questão de proclamar o seu amor pelo Padre Cícero Romão Batista e a terra por ele fundada que o acolheu, conforme declarava, com as bençãos do sacerdote de quem se dizia devoto e romeiro. Sempre foi muito apreciado e aplaudido por quantos o ouviam.

Seus improvisos nas várias modalidades da poesia popular jorravam da boca aos borbotões. Eram o martelo agalopado, mourão, galope alagoano, galope à beira-mar, quadrão, gemedeira e outros mais. Pedro Bandeira respondia por uma respeitável vida literária extremamente vasta e profunda no que incluiu centenas de cordéis. Como ele mesmo dizia ser homem de dois extremos: “matuto” e “civilizado”, deixando um verdadeiro legado de sua arte para o Cariri e o mundo.

Foi autor de mais de mil folhetos e centenas de poemas, com livros publicados e muitos LPs e CDs gravados. Fez parte de diversas sociedades culturais, filantrópicas e recreativas, dentre elas a Associação dos Violeiros, Poetas Populares e Folcloristas do Cariri – AVPPFC, da qual é o fundador. Recebeu dezenas de diplomas, medalhas de mérito, com quase duas centenas de troféus de 1º lugar, entre outros e categorias, em festivais por todo o Brasil.

Pedro Bandeira foi licenciado em Letras Clássicas pela Faculdade de Filosofia do Crato, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Crato, e bacharel em Teologia pela Universidade Vale do Acaraú. Cantou para o papa João Paulo II, ex-presidentes Castelo Branco, Costa e Silva, João Figueiredo, Fernando Collor e José Sarney. Ele foi citado e elogiado pelos intelectuais e escritores Luís Câmara Cascudo, José Américo de Almeida, Jorge Amado, Téo Brandão, Rodolfo Coelho Cavalcante, e outros.

O mesmo teve músicas gravadas pelos cantores Luíz Gonzaga, Raimundo Fagner, Luís Vieira, Alcimar Monteiro, Trio Nordestino e vários outros artistas. Além disso, foi prefaciado num dos seus livros pelo Padre Antônio Vieira e apresentado ao Brasil pela mão de Carlos Drummond de Andrade, em crônica publicada no Jornal do Brasil no ano de 1970 no Rio de Janeiro.

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