
Ana Vitória possui escritório em Barbalha (Foto: Reprodução)
A advogada barbalhense Ana Vitória Garcia Leite Fernandes, de 28 anos, foi inocentada pela Justiça da acusação de envolvimento com organização criminosa. A decisão foi expedida nesta semana pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas do Ceará, um ano após ela ter sido submetida à prisão domiciliar, com monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Segundo a defesa da criminalista, as anotações apreendidas com ela em junho de 2024 – que a Polícia interpretou como ordens de internos da Penitenciária Industrial e Regional do Cariri (Pirc) para serem executadas em bairros de Juazeiro do Norte – se tratavam, na verdade, de registros de trabalho relacionados à sua atuação como advogada. A tese foi acatada pela Justiça.
“Os indícios eram frágeis, eram pífios, eram insignificantes, e não a colocariam nesse contexto de atividade criminosa. Na verdade, houve uma má interpretação da realidade acerca da atividade dela naquele dia na unidade prisional”, afirmou o advogado Roberto Duarte, responsável pela defesa de Ana Vitória, em entrevista à TV Verdes Mares Cariri.
A prisão da advogada ocorreu em 6 de junho de 2024, quando ela foi autuada em flagrante por policiais penais ao deixar a Pirc. À época, a polícia alegou que ela portava bilhetes com nomes, apelidos, códigos e informações relacionadas a rateios de valores e “mercadorias”. A investigação, porém, não conseguiu comprovar que ela atuava como mensageira de qualquer grupo criminoso.
Dias após a detenção, ela denunciou o tratamento que recebeu por parte de agentes penitenciários durante sua entrada na unidade. Em vídeo publicado nas redes sociais, classificou o episódio como desrespeitoso e alegou violação de suas prerrogativas profissionais.