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Médico juazeirense comenta estudo norte-americano sobre mutações do vírus Zika
A experiência mostrou que uma cepa, manipulada para o estudo, é mais infecciosa e que apresenta um maior risco de absorção fetal, podendo aumentar os defeitos congênitos em bebês que nascem de mães infectadas.
Viviane Bastos
Foto: Ilustrativa

O Zika é um vírus transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Em 2016, um surto da doença deixou as autoridades médicas do mundo inteiro em estado de atenção. Milhares de bebês nasceram com algum tipo de dano cerebral por conta das mães terem adquirido o vírus quando estavam grávidas.

De acordo com cientistas americanos, novas mutações do vírus deveriam estar sendo monitoradas com mais precaução. Isso porque apenas uma variante do Zika seria capaz de ser disseminada pelo planeta. “Uma simples mutação no vírus Zika é suficiente para que se torne mais infeccioso e grave”. O alerta é dado por um estudo publicado na revista Cell Reports, que foi conduzido pelo Centro para Doenças Infecciosas e Pesquisa de Vacinas do Instituto para a Imunologia La Jolla em parceria com universidades norte-americanas.

Ao Site Miséria, o médico pediatra, Dr. Walden Bezerra, esclareceu que o estudo é a nível laboratorial. A experiência mostrou que uma cepa, manipulada para o estudo, é mais infecciosa e que apresenta um maior risco de absorção fetal, podendo aumentar os defeitos congênitos em bebês que nascem de mães infectadas. “Essa não é uma mutação natural. O objetivo do estudo é prever o que pode acontecer. Se essa mudança, que ainda está em laboratório, vier a acontecer, pode realmente provocar um novo surto da doença”, explica o especialista.

O estudo revela ainda que o vírus pode se adaptar para aumentar a sua virulência, não apenas num hospedeiro, mas também na presença de imunidade de proteção cruzada pré-existente contra a Dengue. “Se essa variante passar a circular, a gravidade em relação às crianças permanece a mesma e quem já teve não está livre de ter de novo. Por isso, o maior cuidado que a gente pode ter é a prevenção”. O vetor do Zika é o mesmo transmissor da Dengue e Chikungunya.

Até o momento, não há ainda uma vacina para combater o vírus. “Existe uma vacina em desenvolvimento em um laboratório dos Estados Unidos, que, inclusive, tem um brasileiro conduzindo o estudo. Já foi testada em animais e teve uma resposta positiva, mas até a conclusão, há um longo caminho pela frente”, pondera o médico.

Prevenção

Para evitar a transmissão da doença, é fundamental eliminar os focos de criação do mosquito (água parada em vasilhames no quintal, vasos de planta e demais objetos, como pneus velhos e lixo). É recomendado ainda utilizar telas em janelas e portas. A aplicação de repelente no corpo é indispensável, principalmente, para as grávidas.

Caso observe o aparecimento de manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou febre, a orientação é procurar atendimento em um serviço de saúde.

Notificações

Os casos de arboviroses têm aumentado exponencialmente nos últimos meses em todo o estado. No município de Juazeiro do Norte, entre os dias 09 a 19 de abril, foram realizadas 60 notificações de Zika. Nenhum caso de Zika ou Dengue foi confirmado. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde. No entanto, de acordo com a pasta, no mesmo período verificado, foram confirmados 425 casos de Chikungunya.

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