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Museu Orgânico Fábrica Mosaico de Mestre Jaime é inaugurado em Barbalha
Com mais de quatro décadas preservando a tradição dos ladrilhos hidráulicos artesanais, o artesão Jaime Arnaldo Rodrigues, de 83 anos, é reconhecido como Tesouro Vivo da Cultura pelo Governo do Ceará.
Bruna Santos
Mestre Jaime Arnaldo Rodrigues. Foto: Reprodução / Mapa da Cultura do Ceará.

O município de Barbalha ganhou mais um ponto de fortalecimento da cultura do Cariri. No último sábado (23), o Museu Orgânico Fábrica Mosaico de Mestre Jaime foi inaugurado durante a programação da Mostra Sesc Cariri de Culturas 2025. Com mais de quatro décadas preservando a tradição dos ladrilhos hidráulicos artesanais, o artesão Jaime Arnaldo Rodrigues, de 83 anos, é reconhecido como Tesouro Vivo da Cultura pelo Governo do Ceará.

De origem humilde, Mestre Jaime começou a trabalhar aos 18 anos como servente, na Fábrica de Mosaicos. Pouco tempo depois, devido a sua grande habilidade, foi responsável por supervisionar uma filial do estabelecimento na cidade de Brejo Santo. Com a ascensão das fábricas de cerâmica na década de 70, a fabricação de mosaicos caiu em declínio, até que em 1979 as fábricas do senhor João Gonçalves, proprietário da Fábrica de Mosaico, foram fechadas. 

Porém, a história dos mosaicos não acabaria ali. Com o fechamento,  Mestre Jaime ficou encarregado da chave da fábrica matriz, com o objetivo de mostrar o maquinário a possíveis compradores. Com o valor recebido após o fim do trabalho, ele comprou sua casa e passou a viver da venda de crediário. 

O trabalho do Mestre Jaime está espalhado por diversos lugares do país. Foto: Reprodução / Mapa da Cultura do Ceará.

Em 1983, a procura por mosaicos para pequenos reparos retornou e, após herdar as prensas e todo o ferramental que ainda não havia sido vendido, Mestre Jaime foi pegando encomendas. Foi com esse trabalho, que criou seus onze filhos ao lado de Dona Arlete.

Inaugurar o Museu Orgânico do Mestre Jaime é fazer da sua história de vida, a história da arte. Colocá-lo dentro do nosso Circuito de Museus Orgânicos, mostra a importância de preservar a nossa história e dá mais força à nossa luta para transformar a Chapada do Araripe em Patrimônio da Humanidade”, diz Luiz Gastão, presidente do Fecomércio.

O espaço é fruto de uma iniciativa do Sistema Fecomércio Ceará, por meio do Sesc, em parceria com a Fundação Casa Grande, e se torna o 17º museu orgânico da região do Cariri. O projeto tem o objetivo de valorizar e preservar as tradições populares e dos saberes dos mestres e mestras da cultura. 

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