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“Não podemos confundir com a perda de memória habitual”; médica explica o Mal de Alzheimer
Para explicar melhor como acontece o Mal de Alzheimer e ajudar a eliminar confusões sobre a doença, a equipe de reportagem do Site Miséria conversou com a médica neurologista Juliana Braga
Alan Clyverton
Imagem: Gerd Altmann/Pixabay

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pela Universidade de Queensland, da Austrália, publicado em abril deste ano, mostrou que cerca de 1 milhão de brasileiros sofrem de demência, a maioria com a doença de Alzheimer. Há 30 anos, eram 500 mil. Em 30 anos, devem ser 4 milhões.

O Mal de Alzheimer pode matar, pois compromete funções neurológicas que contribuem para o pleno funcionamento do corpo. Para falar sobre como identificar e tratar a doença, a equipe de reportagem do Site Miséria conversou com a médica neurologista Juliana Braga, do Instituto Neurológico Endovascular do Cariri (INEC).

Juliana nos explica que o mal é uma doença neurodegenerativa, progressiva e ainda sem cura. De acordo com a médica, a perda de memória, principalmente recente, é uma forte característica, mas não a única. “A pessoa se lembra de coisas que aconteceram 50 anos atrás, mas às vezes não se lembra de coisas que aconteceram no mesmo dia. Alterações na linguagem, de comportamento, de cálculo. Isso tudo surge progressiva e lentamente, e passa a interferir na vida diária”.

Juliana Braga nos explica, ainda, outros sintomas que caracterizam o início do Mal de Alzheimer. “Algumas formas iniciais da doença podem vir com mudança na personalidade, alteração de comportamento e depressão. Não é só a clássica perda de memória”.

O público idoso, a partir dos 65 anos, é o que mais sofre com a doença. Nesta fase, o corpo costuma ter seu funcionamento comprometido pelo desgaste natural do tempo. O envelhecimento populacional deve fazer com que a quantidade de acometidos cresça vertiginosamente nas próximas décadas. “Considerando que temos uma população que está envelhecendo, é uma doença que tende a afetar um número grande de pessoas”, explica Juliana.

Por fim, Juliana nos conta que o diagnóstico deve ser feito com o auxílio de um médico especialista. “Não podemos confundir o esquecimento da doença de Alzheimer com o esquecimento habitual, que às vezes temos o dia a dia. É importante a avaliação com o médico neurologista de sua confiança para analisar o melhor diagnóstico e melhor tratamento, geralmente feito com medicamentos para aliviar os sintomas. Não existem medicamentos que barram a progressão da doença”, conclui.

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