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No dia das mulheres (e em todos os outros), nos queremos vivas.
Yanne Vieira
Foto: Agência Brasil

A gente engole seco pra poder falar algo nessas datas “comemorativos”. Desde que entendi o significado de ser mulher, o oito de março não me traz nenhuma lembrança boa, e é curioso que sempre tô exausta. A gente se prepara para receber mensagens automáticas e institucionais na tentativa de manter os discursos politizados e sociais de lado, pelo cansaço mesmo.

Sim, em grande parte do tempo a gente está lutando, sendo forte e corajosa, mas é isso ou o mundo nos atropela. É o fato de precisar ser todos esses adjetivos que nos cansa. E aliás, quem disse que precisamos ser ou não ser algo?

Ser mulher no espaço da imprensa atravessa ainda mais minhas experiências pessoais, e estar em uma das regiões onde o feminicídio é verbo comum me paralisa. Tomar conhecimento dos casos de violência e escrever sobre eles é um dos maiores desafios porque a todo momento o outros me mostram o que somos.

O medo é algo comum e que une as mulheres em dor. Não há o que comemorar, porque ainda estamos presas querendo o básico. Porque nos queremos vivas. Porque nos queremos empregadas, com condições dignas de vida e nos queremos livres, livres da preocupação e da dúvida sobre todo e qualquer tipo de pessoa.

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