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Óbitos por Chikungunya no Cariri deixam especialistas em alerta; médico explica alta de casos
Cariri lidera números de mortes pela doença em todo o país
Viviane Bastos
Apesar de mutirões de combate ao mosquito Aedes aegypti, as arboviroses continuam sendo um vilão a ser combatido FOTO: NAH JEREISSATI

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, na segunda-feira (02), seis das oito mortes causadas pela chikungunya no Brasil – somente este ano – foram registrados na região do Cariri, sendo quatro em Barbalha e duas em Juazeiro do Norte. As vítimas tinham entre 21 e 85 anos e quatro delas eram do sexo masculino.

Em todo o país, segundo a pasta, já foram registrados neste ano mais de 47 mil casos prováveis da doença. Até o último dia 23 de abril, os municípios que apresentaram os maiores registros de casos prováveis foram: Juazeiro do Norte (CE), com 3.539 casos (1.271,8 casos/100 mil habitantes) e Crato (CE), com 2.068 casos (1.544,3 casos/100 mil habitantes). Os dados deixam os especialistas em alerta.

Sintomas

A chikungunya, assim como dengue e zika vírus são doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. De acordo com o clínico geral, Dr. Marcos Barros, a arbovirose prevalente no Brasil é a dengue, mas a febre chikungunya tem crescido ultimamente, principalmente no Cariri.

“O que caracteriza a chikungunya é dor nas articulações. As outras arboviroses também podem ter essa característica, mas essa dor é mais presente. Assim como a febre, que é mais intensa”, explica o médico.

O diagnóstico é feito a partir de síndromes (febril ou álgica). “Quando um paciente tem um conjunto de sinais e sintomas que dê para a gente classificar, já podemos colocá-lo como suspeito de alguma arbovirose. Dependendo, é claro, da época do ano”, esclarece.

Possível causa para os altos índices

O médico explica o por quê de as cidades do Cariri apresentarem altos índices. Marcos Barros pontua algumas situações: o fato de o Cariri ser uma região endêmica de arboviroses e o processo de urbanização, já que a região está próxima a uma floresta (local de maior presença do vetor da doença). “As cidades avançaram desordenadamente sobre a Chapada do Araripe”.

O médico explica ainda que durante a quadra chuvosa, as cidades não têm estrutura para lidar com a água da chuva. “A água acaba acumulando em terrenos baldios. Isso propicia uma maior quantidade de mosquitos e, consequentemente, de pessoas infectadas”, finaliza.

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