
Patativa do Assaré (Foto: Jarbas Oliveira/ AE)
O poeta popular, compositor, cantor e improvisador Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré (1909-2002), foi reconhecido nesta quarta-feira (23), pela Assembleia Legislativa do Ceará, como Patrono da Cultura Popular Cearense. O projeto segue para sanção do governador Elmano de Freitas (PT).
“Patativa é uma voz, é mais que um canto ou uma poesia, é a expressão viva da dureza do homem sertanejo. Ele trouxe a realidade campesina para a cidade grande e virou objeto de estudo inclusive na universidade de Sorbonne”, ressaltou o deputado estadual De Assis Diniz (PT), autor da matéria.
Patativa do Assaré faleceu em 8 de julho de 2002, aos 93 anos. Nascido em 5 de março de 1909, em Assaré, no Cariri, Patativa perdeu a visão de um olho na infância e aos oito anos já trabalhava na roça. Aos 12 anos, rabiscava seus primeiros versos e aos 16, ganhou da mãe a viola. Com ela, ele desbravou o sertão, declamando repentes e cantando as histórias e dores do povo.
Aos 20 anos, ganhou o apelido “Patativa”, em homenagem ao canto melodioso do pássaro. Em 1956, “Inspiração Nordestina”, seu primeiro livro de poesias, deu voz à alma do sertão. Obras como “Cante Lá que Eu Canto Cá”, “Ispinho e Fulô” e “Aqui Tem Coisa” consolidaram Patativa como um dos maiores nomes da literatura popular brasileira.
Patativa também era um mestre da improvisação, capaz de tecer versos instantâneos sobre qualquer tema. Reconhecido por seu talento, recebeu diversos prêmios e títulos, como o Prêmio Jabuti e a Ordem do Mérito Cultural.