A equipe de reportagem do Portal Miséria esteve na manhã desta sexta-feira (19) na Universidade Federal do Cariri (UFCA), acompanhando o movimento paredista da instituição. Na ocasião, está havendo uma assembleia que busca estabelecer os serviços essenciais que serão mantidos neste período de paralisação, com base em percentual definido por lei. No Ceará, as três instituições federais estão em greve, incluindo os servidores técnicos administrativos e docentes.

Docentes

As motivações da categoria docente incluem a recomposição salarial dos profissionais, recomposição do orçamento das unidades federais, e o ‘revogaço’ da medidas anti serviços públicos que foram tomadas no governo Bolsonaro.

Conforme a professora Amanda Bezerra, desde o ano passado há propostas sobre a recomposição salarial, que foi “defasado” em decorrência da inflação nos últimos anos . Ela destaca que, até então, o governo federal propõe 0% para este ano, 4,5% em 2025, e 4,5% em 2026. No entanto, a categoria luta pelo aumento parcelado em 7%, em cada ano (2024-2026). “A gente não ‘tá’ lutando pelo aumento do salário, a gente quer recompor o que foi perdido“, afirmou.

Sobre o orçamento das universidades federais, a docente salienta a reinvindicação na ampliação de recursos para bolsas de extensão, hospitais universitários e laboratórios, que influencia diretamente no aumento de pesquisas e desenvolvimento tecnológico na região e, consequentemente, beneficia o público externo. Também é solicitado aumento de recursos de bolsas no geral para os estudantes.

Amanda também pontua que esse é um movimento de nível nacional. No total, apenas das universidades que compõem o sindicato nacional, 24 estão em greve. Outras 9 instituições públicas estão em indicação de paralisação.

O governo federal deve apresentar uma nova proposta nesta sexta-feira, a fim de acabar com as greve. A expectativa do movimento é que as reinvindicações sejam atendidas.

Na entrevista, a docente ainda destaca observações sobre as últimas declarações do ministro Camilo Santana, as críticas em relação à luta dos profissionais e o diálogo com a reitoria da UFCA.

Luta dos técnicos administrativos 

Entre as reinvindicações dos técnicos administrativos, os profissionais lutam pela reestruturação do plano de cargos e carreiras. Ligados a pauta, de acordo com o profissional da UFCA, Luciano Silva, os pontos centrais incluem a diferença salarial entre cargos que possuem as mesmas atribuições, em decorrência de “problema na carreira dos técnicos“, a progressão salarial por capacitação, o tempo de progressão de carreira, e a recomposição das perdas salarias.

A categoria tem expectativa de que o governo federal “resolva” as pontuações da categoria com a proposta apresentada nesta sexta. “Está na hora de mostrar que a educação realmente é prioridade“, salienta Luciano. “Nós estamos lutando pelo futuro da educação pública, gratuita, de qualidade e diversa“, complementa.

Vale destacar que os técnicos administrativo foram os primeiros a deflagrarem a greve.

Luciano ainda detalha o diálogo com a reitoria da UFCA.

Assista abaixo esses e mais detalhes na reportagem completa:

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Portal Miséria (@sitemiseria)