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Projeto Afrobarroco chega ao Cariri com o objetivo de resgatar e valorizar a história afro-brasileira e indígena
A iniciativa tem o objetivo de articular música, filosofia, pesquisa e ações educativas que resgatem e valorizem a história e cultura afro-brasileira e indígena. 
Bruna Santos
Participantes do Afrobarroco, no Cariri.
Ação reuniu comunidades indígenas, povos de terreiro, professores, alunos e agentes de cultura. Foto: Camila Mouta.

Na última sexta-feira (12), o Terreiro das Pretas, em Crato, recebeu o lançamento do projeto ‘Afrobarroco’.  Intitulado de “O Recôncavo encontra o Cariri”, a iniciativa tem o objetivo de articular música, filosofia, pesquisa e ações educativas que resgatem e valorizem a história e cultura afro-brasileira e indígena. 

O momento, além da presença de comunidades indígenas, povos de terreiro, professores, alunos e agentes de cultura, também contou com as apresentações do cantor e compositor Mateus Aleluia, da Orquestra Sanfônica do Projeto Asa Branca de Exu, do Maracatu Uinu Erê, e da Mestra Zulene Galdino. 

Remanescente do grupo musical ‘Os Tincoãs’, reconhecido pela construção de harmonias vocais para cantos de religiões afro e sambas de roda,  o também pesquisador Mateus Aleluia deu início à programação da noite, com uma palestra musical onde fez um apelo em busca de equidade e da celebração do povo preto e indígena. 

Se o país é nosso, o governo é nosso, apliquemos estas leis [de ensino da cultura nas escolas]. Eu penso que é o momento de todos nós tomarmos consciência que nós somos muito mais próximos que afastados. Vamos unir as mãos”, disse.

Mateus Aleluia se apresentando do Afrobarroco, no Cariri. Ele está sentado em uma cadeira, com o violão na mão.

Mateus Aleluia durante apresentação no Afrobarroco, em Crato. Foto: Camila Mouta.

 

Para as irmãs Valéria e Verônica Carvalho, fundadoras do GRUNEC, a caminhada para a celebração da cultura afro-brasileira e indígena não é fácil. Elas contam que são 30 anos de trabalho para dizer que a população negra existe ao redor da Floresta Nacional do Araripe.

Elas defendem que o povo é o principal patrimônio. “Se ele não for cuidado, vai incidir de uma maneira negativa nesse ambiente. O que a gente quer com esse projeto e vários outros é dizer o povo negro existe, que ele tem direito à educação que o coloque como sujeito, e não como objeto”, destaca Verônica.

 

Sobre o Afrobarroco

O programa Afrobarroco pretende utilizar publicações, podcasts e produções audiovisuais como recursos educativos para apoiar a aplicação das Leis 10.639/03 e 11.645/08, que tornam obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira e indígena em todas as etapas da educação.

O intuito é integrar os saberes tradicionais e conhecimento científico, incentivando novas formas de aprendizagem a partir de uma perspectiva descolonizadora.

O programa, vinculado ao Ministério da Educação (MEC), é realizado em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (PROEXC); com a Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnicos-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ); Selo Anjo Negro; Grupo de Valorização Negra do Cariri (GRUNEC) e Terreiro das Pretas. 

O Afrobarroco nasce para fortalecer identidades, criar caminhos pedagógicos afrocentrados e reafirmar a potência dos territórios negros. Uma noite que ecoa. Uma construção que começa agora”, afirmou o GRUNEC nas redes sociais.

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