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Soja tem mais proteína que carne e é aliada da merenda escolar, mas repetição exige cautela, alertam especialistas
Em média, são 51 gramas de proteína a cada 100 gramas do produto, superando carnes vermelhas e brancas.
Rogério Brito
Fotos: Reprodução

A fala espontânea de Maria de Fátima Pinheiro, de 9 anos, sobre o excesso de soja na merenda escolar de Juazeiro do Norte, levantou um debate sobre a alimentação oferecida nas escolas públicas do município. Durante audiência pública da Câmara Municipal, a aluna reclamou da repetição do alimento: “Ninguém aguenta mais comer soja”, disse ela, arrancando risos e ampla repercussão nas redes sociais.

Além de motivar uma reação imediata do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos), que fez uma inspeção no depósito central de alimentos e afirmou que um procedimento administrativo seria aberto para investigar a falha no fornecimento de carne, o episódio também levantou uma discussão sobre o valor nutricional da soja.

Rica em proteínas, a soja texturizada é uma das principais fontes vegetais desse nutriente. Em média, são 51 gramas de proteína a cada 100 gramas do produto, superando carnes vermelhas e brancas. Para efeito de comparação, o frango cozido tem cerca de 27g de proteína por 100g; e a carne bovina magra cozida, aproximadamente 26g.

Apesar dos benefícios nutricionais, especialistas alertam para o uso frequente da proteína texturizada de soja, que é um alimento ultraprocessado. A nutricionista Ana Ceregatti explica que, embora seja rica em proteína, o consumo diário de soja não é recomendado. “Não deve fazer parte do dia a dia por ser um produto processado. Algumas recebem corantes, recebem saborizantes. Não é que você não pode comer PTS, eu sugiro que não utilize no dia a dia”, afirma.

Após o episódio envolvendo a aluna Maria de Fátima, a Prefeitura de Juazeiro do Norte divulgou nota informando que o cardápio escolar é diversificado, com oferta de outros itens como frango, carne, sardinha, feijão e vegetais, além da soja.

“O cardápio contempla itens variados, além de alimentos específicos para alunos com restrições alimentares. Crianças com intolerâncias, alergias ou condições como diabetes contam com produtos adaptados, como leite sem lactose, macarrão sem glúten e alimentos com adoçantes. A preocupação com a inclusão é um diferencial da rede”, informou o município.

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