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Uece ofertará sua primeira licenciatura intercultural indígena; previsão de início é no segundo semestre
O objetivo de oferecer uma formação específica para e com os povos originários, principalmente os Tabajara.
Maurício Júnior
Foto: Helene Santos/ Governo do Ceará

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) irá ofertar o curso de Literatura Intercultural Específica Tabajara (Linta), com o objetivo de oferecer uma formação específica “para e com” os povos originários, principalmente os Tabajara. No total, serão 40 vagas ofertadas, e o Curso tem previsão de início no segundo semestre de 2024.

De acordo com a Universidade, o projeto pedagógico do curso foi criando a partir de diálogos com os povos indígenas, a fim de atender as suas especificidades em relação à formação de docentes.

Isso porque, além de partir de uma efetiva demanda das comunidades, observa, por exemplo, o espaço e o tempo pedagógicos dos docentes indígenas de acordo com as relações estabelecidas na escola diferenciada, além de valorizar e, principalmente, orientar-se pelos saberes da comunidade, por sua história cultural e política e pela luta na demarcação de terra”, explica a pasta.

O curso de licenciatura intercultural indígena foi aprovado no âmbito do Edital do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) Equidade da Capes, e se constitui numa “importante política afirmativa e potencializadora de uma experiência de enriquecimento mútuo no campo da formação de professores(as).”

Conforme a líder indígena Tabajara em Quiterianópolis, Eleniza Tabajara, o curso já era almejado para formar seus professores. “Então, ela é de fundamental importância para o nosso povo e vai ajudar a divulgar a nossa etnia em relação aos povos indígenas da região dos Inhamuns”, afirmou.

Ela ainda pontua que a licenciatura será “de grande valia porque vai nos formar, nos habilitar para dar continuidade à educação escolar indígena diferenciada para que possamos ainda mais fortalecer o ensino de qualidade diferenciado específico à nossa população indígena”.

A Uece salienta que o currículo do curso baseia-se nas experiências do Magistério Indígena Superior do Ceará e contempla dois tipos de atividades: tempo-universidade e tempo-comunidade. Essas atividades atendem as especificidades das vivências indígenas, em que as primeiras são realizadas na instituição, enquanto as segundas devem contemplar a interação dos estudantes com a comunidade, por meio de orientação docente.

Além disso, as disciplinas serão organizadas em quatro eixos, com base na compreensão que a comunidade indígena desenvolve, em suas vivências. São eles: pedagógicos, tecnológicos, científicas e políticas.

Para o reitor da Uece, professor Hidelbrando Soares, o momento “é um marco histórico na Universidade que diz muito do nosso viés de diversidade e inclusão. Aproximar-nos dos povos originários é uma ação de respeito àqueles que nos antecederam e que têm uma longa história de educação de suas crianças e de seus jovens. A Universidade chega com uma expertise institucional que, agregada ao trabalho formativo já realizado pela etnia, propiciará formação graduada de qualidade e socialmente referenciada aos futuros professores indígenas. Estamos fazendo história!”

A Licenciatura Intercultural Específica Tabajara será vinculada ao Centro de Educação, Ciências e Tecnologia da Região dos Inhamuns (Cecitec), unidade acadêmica da Uece em Tauá, sendo implantado nos municípios de Quiterianópolis e Tauá, atendendo as aldeias Fidelis, Croatá, Bom Jesus e Vila Nova.

O projeto pedagógico do curso, bem como sua execução, já foram aprovados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e está se alinhando para submissão à aprovação do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Uece.

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