O Governo do Ceará criou cinco novas Unidades de Conservação (UCs). O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado em 16 de dezembro. Todos os ambientes de proteção estão dentro da Caatinga — bioma predominante no estado —, aumentando a expansão de aproximadamente 80 mil hectares de áreas protegidas no ecossistema.

Com as novas UCs, o número de unidades de conservação estaduais saltou de 39 para 44. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Mudanças do Clima (Sema), a conservação da Caatinga está associada ao combate da desertificação, um processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas, semiáridas e subúmidas secas.

As unidades criadas são:

• Área de Proteção Ambiental (APA) Serras de Irauçuba, em Irauçuba; 
• Monumento Natural (MONA) Furna dos Ossos, em Tejuçuoca; 
• Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Pontal da Serra da Ibiapaba em Graça, Pacujá e Reriutaba; 
• Refúgio de Vida Silvestre Picos (REVIS) da Caatinga, em Canindé e Itatira; 
• APA Serras da Caatinga, inserida nos municípios de Canindé, Itatira e Santa Quitéria.

Criação

A criação foi conduzida por meio de consultas públicas nos municípios de interesse e coordenado pela Célula de Diversidade Biológica (Cedib/Cobio/Sema), no contexto do projeto GEF Terrestre – Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal, em parceria com a ONG Associação Caatinga. 

“Em 2025, estudos confirmaram que a Caatinga é um dos biomas mais eficientes do Brasil na captura de carbono, sendo responsável por cerca de 50% do sequestro natural de carbono do país em anos recentes”, destacou a titular da Sema, Vilma Freire.

MONA Furna dos Ossos, no município de Tejuçuoca. Foto: Reprodução / Sema.

Sobre as Unidades de Conservação

Área de Proteção Ambiental Serras de Irauçuba (Irauçuba).

Possui uma área de 4.966,24 ha e abriga espécies ameaçadas de extinção. Está inserida em zona prioritária para restauração ecológica, localizada em um dos principais núcleos de desertificação do Ceará.

Monumento Natural Furna dos Ossos

Tem uma área de 60,37 ha. A nova unidade tem o objetivo de  preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. Esse tipo de UC permite áreas particulares, mas estas devem ser compatíveis com os objetivos de conservação.

Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Pontal da Serra da Ibiapaba

Possui uma área de 6.134,39 ha, e está estrategicamente próxima de UCs federais e estaduais situadas no entorno, tais como o Parque Nacional de Ubajara, Área de Proteção Ambiental da Serra da Ibiapaba e a Área de Proteção Ambiental da Bica do Ipu.

Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) Picos da Caatinga

O REVIS tem uma área de 2.181,77 ha, e tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. 

A área registra a ocorrência espécies de fauna ameaçadas de extinção, como maria-do-nordeste, vira-folha-cearense e chupa-dente-do-nordeste.

Área de Proteção Ambiental (APA) Serras da Caatinga

Com área de 66.387,38 ha a APA Serras da Caatinga apresenta elevada diversidade de fitofisionomias abrangendo formações de Caatinga Arbórea, Mata Seca e Mata Úmida.

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