Compartilhar
publicidade
publicidade
Zuleide Queiroz assumirá cadeira de deputada estadual na Alece em novembro
Ela exercerá o mandato por 30 dias, em suplência ao deputado Renato Roseno (PSOL), que pediu licença de 120 dias.
Bruna Santos
Zuleide Queiroz. Foto: Reprodução.

A professora e secretária de Direitos Humanos do Crato, Zuleide Queiroz (PSOL), se tornará a primeira mulher negra do Cariri a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). Ela exercerá o mandato em suplência ao deputado Renato Roseno (PSOL), que pediu licença de 120 dias. O cargo vinha sendo ocupado por Léo Suricate (PSOL), primeiro suplente do partido.

Nas eleições de 2022, Zuleide obteve 20.112 votos, sendo 5.130 deles no Cariri. Segundo ela, sua posse representa uma oportunidade de evidenciar a diversidade cearense e de priorizar pautas voltadas para a luta das mulheres e da população negra.

“Sabemos o quanto essa pauta que garante levar à frente, levar ao movimento das mulheres, especialmente as mulheres negras, levar à pauta do encarceramento em massa, levar à pauta da escala 6×1 e as nossas condições de trabalho, o desemprego, levar à pauta do trabalho análogo à escravidão, levar à pauta da saúde pública, da educação, direito à moradia, do direito à terra, a pauta das quilombolas dos indígenas, é esse lugar que nós ocupamos”, destacou.

Plenario Assembleia-Legislativa do Ceará. Foto: Reprodução / Alece.

A posse ocorrerá no’Novembro Negro’, mês marcado pela intensificação da agenda antirracista, com o Dia da Consciência Negra e a Marcha Nacional das Mulheres Negras, que ocorrerá em Brasília. “Nós vamos fazer um marcador importante no Novembro Negro, como a gente falou anteriormente, mas especialmente, sempre o que nós trouxemos nas nossas falas: mulher pode estar na política, mulheres negras podem estar na política, mulheres trans travestis, população LGBT pode estar na política, a juventude pode estar na política, então é esse lugar e são esses focos que nós queremos, nesse momento, representar e levar conosco”, apontou a professora em entrevista ao Portal Miséria.

Segundo a futura deputada, esse momento é de preparação. Ela tem se reunido com movimentos sociais, movimentos sindicais e coletivos para agrupar as demandas mais urgentes. De acordo com a sindicalista, todas as prioridades vão estar ligadas ao que acontece no Ceará e no cotidinado dos trabalhadores. 

A questão ambiental, quando nós vamos falar das nossas comunidades quilombolas, que está sendo vivido nesse momento, a questão da retomada indígena, o que tá acontecendo a partir desse projeto do CAC, que atravessa essa água sem dar direito à população a ter a água, né? Nós queremos também dar centralidade, além do meio ambiente que nós estamos inseridos, no caso específico do Cariri, à violência contra a mulher, e aí essa violência, a maioria são mulheres negras, junto a essa família, e a violência contra essa mulher, tá lá também a denúncia e os números gritantes da violência contra a juventude que a maioria periférica é negra”, mencionou ao falar sobre algumas das pautas.

Zuleide também comentou sobre a política adotada pelo partido de promover ‘rodízios’ das suplências para ampliar a representatividade dentro do Poder Legislativo. Para ela, é uma das formas de poder vivenciar a democracia, colocando candidaturas que foram construídas por coletivos como atuantes.

A experiência das suplências, ela tem muito sentido mesmo de mostrar que o pessoal tem potenciais. Então, nós não conseguimos eleger todas as nossas candidaturas, muitas vezes o quociente [eleitoral] tem impedido de chegarmos até esses lugares. E aí a experiência das suplências vem disso, vem muito para dar visibilidade às diversas candidaturas que o pessoal apresentou ao longo dessas eleições”, finalizou a secretária.

Compartilhar
Comentar
+ Lidas
TV Miséria