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‘O papa que olhou com carinho para o nosso Cariri’, diz Diocese do Crato em mensagem de pesar
Na mensagem,  foi mencionado como ‘O papa que olhou com carinho para o nosso Cariri’.
Bruna Santos
Foto: Reuters

A Diocese de Crato emitiu uma nota, assinada pelo Bispo Diocesano Dom Magnus Henrique Lopes, de pesar sobre o falecimento do Papa Francisco, que esteve à frente da Igreja Católica por mais de 10 anos. Na mensagem,  foi mencionado como ‘O papa que olhou com carinho para o nosso Cariri’.

Entre o legado do papado de Francisco, a Diocese apontou o reconhecimento do martírio da menina Benigna Cardoso, primeira beata do Ceará, e a autorização da abertura do processo de beatificação de Padre Cícero Romão Batista. “Obrigado, Francisco, por nos ensinar que o Evangelho se escreve com letras de esperança e tinta de ternura”, diz trecho da nota.

A Diocese também mencionou os gestos que marcaram o papado, como gestos  de reforma e simplicidade dentro da Igreja Católica. “Hoje, como Igreja particular de Crato, mergulhada na dor que se transfigura em louvor, bendizemos ao Pai por este sinal profético em nosso tempo”, manifestou.

Confira a mensagem na íntegra

Foto: Reprodução / Diocese de Crato.

“Obrigado, Francisco, por nos ensinar que o Evangelho se escreve com letras de esperança e tinta de ternura”.

Em meio ao silêncio sagrado que envolve o mistério da morte, a Igreja de Crato, peregrina e esperançosa, ergue os olhos para o horizonte da Eternidade, onde brilha, agora em plenitude, a vida do nosso amado Santo Padre, o Papa Francisco. Com coração transbordante de gratidão e fé pascal, proclamamos: Christus vincit, Christus regnat, Christus imperat!

Foi ele, o humilde pescador de almas, que, com os trajes simples de pastor, calçou as sandálias de Francisco de Assis para lavar os pés do mundo. Em seu pontificado, o Espírito soprou com força de profecia: rasgou as vestes da indiferença, denunciou a cultura do descarte e, com audácia evangélica, fez da Igreja uma tenda de encontro onde os últimos são os primeiros, onde a misericórdia não é doutrina, mas abraço afetuoso e acolhedor.

Papa Francisco foi a voz que ecoou no deserto dos nossos egoísmos, lembrando-nos que “a Igreja não é um posto alfandegário, mas a casa paterna”(Evangelii Gaudium, 47). Com gestos que falaram mais que palavras, abençoou as feridas da humanidade, beijou os pés dos refugiados, e fez da periferia o centro do Reino. Sua vida foi um Magnificat aos pobres, um canto de esperança para os que jazem nas sombras da história.

Hoje, como Igreja particular de Crato, mergulhada na dor que se transfigura em louvor, bendizemos ao Pai por este sinal profético em nosso tempo. Ele, o Papa do “sonhem grande!”, do “como eu gostaria de uma Igreja pobre e para os pobres!”, agora descansa no seio de Abraão, entre os profetas e os mártires, na Jerusalém celeste. O papa que olhou com carinho para o nosso Cariri: reconheceu o martírio da menina Benigna Cardoso, primeira beata do Ceará, que autorizou a abertura do processo de beatificação do servo de Deus, Pe. Cícero Romão Batista. Nosso coração transborda de gratidão por tanta delicadeza e cuidado para com a nossa gente.

Confiantes na promessa do Ressuscitado, não dizemos “adeus”, mas “a Deus“. Pois a morte é apenas o umbral da liturgia eterna, onde os servos fiéis entoam o Sanctus diante do Cordeiroredivivo. Que Maria, Mãe da Igreja, a quem ele consagrou seu ministério, o apresente à Trindade Santa. E que seu legado de ternura revolucionária continue a incendiar nossos corações.

“Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, ao chegar, encontrar vigilante” (Lc 12,37). Francisco, servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor!

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