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Paraíba: Risco de rompimento da ensecadeira do açude Boqueirão das Piranhas, em Cajazeiras, gera medo na população
Prometida para 2021, a recuperação das paredes e das comportas do açude do Boqueirão ainda não foram concluídas
Cícero Dantas
Foto: Reprodução/Redes sociais

A comunidade ribeirinha do açude Engenheiro Ávidos (Boqueirão de Piranhas), em Cajazeiras, na Paraíba, voltaram a conviver com o medo de uma catástrofe devido a uma obra que já se prolonga há pelo menos quatro anos.

Prometida para 2021, a recuperação das paredes e das comportas do açude do Boqueirão ainda não foram concluídas. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) é o responsável pela obra. Para possibilitar os trabalhos, foi feita uma barragem de areia, chamada de ensecadeira, mas que está quase sendo superada pela água do açude. 

De acordo com a atualização mais recente da Aesa (Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba), Boqueirão está com mais de 122 milhões de metros cúbicos, sua capacidade máxima é de 293 milhões.

Os ribeirinhos de Cajazeiras pedem que providências sejam tomadas para evitar que Boqueirão transborde sobre a barreira da ensecadeira e provoque uma catástrofe de grandes proporções. “Essa obra deveria ter sido entregue em 2021 e, até agora, não concluíram. O prejuízo para nós ribeirinhos é enorme”, comentou o líder ribeirinho conhecido como Dr. Pila.

Pila também criticou a inércia dos políticos locais sobre a problemática. “O grande problema é que os políticos paraibanos veem apenas Campina Grande e João Pessoa. Nós do interior aqui, não tem visão quase nada para esses políticos”, acrescentou.

Através de uma nota, o DNOCS afirma que “algumas medidas estão sendo tomadas na barragem” e que após uma diminuição de 10cm no volume do açude, “uma equipe especializada está realizando monitoramentos contínuos no local”.

 

Foto: Reprodução/Redes sociais

“Problema gravíssimo”

De acordo com o engenheiro Fernando Figueiredo, o risco da ensecadeira se romper é um “problema gravíssimo”, mas é preciso calma para não criar pânico na população.

Essa barragem é um solo extremamente compactado, mas ela não é feita para suportar a água por cima ou por trás. Então, a água tem que ficar na frente e é por esse impedimento que a barragem ‘sangra’, que se constrói o vertedouro”, disse.

Segundo Fernando, o vertedouro é usado para escoar água quando há um acúmulo excessivo. No caso do açude Boqueirão são as comportas que mandam o excesso para o Rio Piranhas. Ele explicou também, o que é uma ensecadeira e como funcionam os vertedouros e barragens.

“Essa ensecadeira é uma barreira para que a água seja contornada e você consiga trabalhar lá dentro. O que é essa ensecadeira essencialmente? É uma obra de terra, feita com solo, que compactado impede que a água chegue onde estão tendo as obras”, explicou.

Segundo o engenheiro, caso o açude chegue a transbordar, a ensecadeira entrará em ruínas. “Não é a barreira do açude, não é Boqueirão que vai se arrombar, porque isso daí sim seria uma catástrofe e motivo de pânico. A ensecadeira em si pode entrar em colapso e aí, primeiro prejuízo material que é da obra que foram gastos milhões de reais para a construção dessa obra e, com certeza, ela será danificada porque o volume de água é gigantesco”, ressaltou.

Além do prejuízo financeiro, uma grande quantidade de água será perdida e a comunidade ribeirinha será afetada.

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