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Do reconhecimento de Benigna à reabilitação de Padre Cícero: as contribuições do papado de Francisco para a fé no Cariri
Durante seu papado, que iniciou em 2013, o líder católico autorizou processos importantes que fortaleceram a fé e ampliaram o reconhecimento da religiosidade popular no Cariri. 
Bruna Santos
Última aparição do líder religioso foi no Domingo de Páscoa. Foto: Vaticano News

O Papa Francisco, primeiro papa latino-americano, morreu nesta segunda-feira (21), no Vaticano. Reconhecido pela fala simples, Francisco marcou seu pontificado por abertura de diálogos que impactaram diretamente a fé e a religiosidade em diversas partes do mundo.

Durante seu papado, que iniciou em 2013, o líder católico autorizou processos importantes que fortaleceram a fé e ampliaram o reconhecimento da religiosidade popular na região do Cariri. 

Beatificação da Menina Benigna

Romaria de Benigna, em Santana do Cariri. Foto: CNBB

Um dos marcos do papado de Francisco para a região do Cariri foi o reconhecimento, em 2019, da história da Benigna Cardoso, para que ela se tornasse a primeira beata cearense e a quarta mártir do Brasil.

A cerimônia de beatificação aconteceu em 2022, na cidade do Crato e foi presidida pelo arcebispo Leonardo Ulrich Steiner, da diocese de Manaus, escolhido pela igreja católica para representar o Papa Francisco.

Benigna nasceu em 15 de outubro de 1928 em Santana do Cariri. Em outubro de 1941, foi assassinada aos 13 anos por Raul Alves ao recusar ter relações sexuais com ele. Após a morte, a menina passou a ser venerada como mártir na região do Cariri.

No dia 26 de outubro de 2022, o Papa Francisco parabenizou a beata, na Praça São Pedro, no Vaticano. Queridos irmãos e irmãs, anteontem, em Crato, no estado brasileiro do Ceará, foi beatificada Benigna Cardoso da Silva, uma jovem mártir que, seguindo a palavra de Deus, manteve pura a sua vida, defendendo a sua dignidade. O seu exemplo nos ajuda a ser generosos discípulos de Cristo. A vida do mundo depende do nosso testemunho coerente e alegre do Evangelho. Um aplauso à nova beata”, disse.

 

Reconciliou Padre Cícero com a Igreja Católica

Foto: EBC

Ainda sob liderança do Papa Francisco, em 2015, o Vaticano atendeu ao pedido do bispo Dom Fernando Panico e reconciliou o padre Cícero Romão Batista com a igreja católica. O patriarca de Juazeiro do Norte morreu em 1934 suspenso de ordem.

O documento, datado de 20 de outubro de 2015, assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, relata que a carta foi “redigida por expressa vontade de sua santidade o Papa Francisco”. Em um trecho da carta, enviada à Diocese do Crato, o Vaticano afirmou queno momento em que a Igreja inteira é convidada pelo Papa Francisco a uma atitude de saída, ao encontro das periferias existenciais, a atitude do Padre Cícero em acolher a todos, especialmente aos pobres e sofredores, aconselhando-os e abençoando-os, constitui sem dúvida, um sinal importante e atual”.

 

Abertura do processo de beatificação de Padre Cícero

Foto: Divulgação

Ainda sob o papado de Francisco, o Vaticano autorizou, em 2022, o processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista. O anúncio foi feito, em agosto do mesmo ano, pelo bispo da diocese do Crato, Dom Magnus Henrique Lopes, durante missa celebrada no Largo Capela do Socorro, em Juazeiro do Norte.

O pedido foi solicitado por Dom Magnus, através de uma carta entregue ao papa Francisco durante a visita ao Vaticano. Desde a abertura do processo, Padre Cícero passou a receber o título de Servo de Deus.

Queridos filhos e filhas da Diocese de Crato e romeiros de todo o Brasil, é com grande alegria que vos comunico nesta manhã histórica, que recebemos oficialmente da Santa Sé, por determinação do Santo Padre, o Papa Francisco, a carta do Dicastério das Causas dos Santos, datada de 24 de junho de 2022, comunicando a autorização para a abertura do Processo de Beatificação do Padre Cícero Romão Batista, que, a partir de agora, receberá o título de “Servo de Deus”. Deus Seja Louvado!”, disse Dom Magnus Henrique Lopes, ao anunciar a novidade.

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