Fotografia da exposição Água Ventre exibida em Salvador. | Foto: Reprodução/ Redes Sociais Zulmira Correia
A artista caririense Zulmira Correia inaugura no próximo sábado (1º), em Salvador (BA), a exposição “Água Ventre”, n’A Galeria. O trabalho reúne arquivos sonoros, fotográficos e poéticos, propondo uma reflexão sobre memória matriarcal, ancestralidade e território, a partir das referências de água da Chapada do Araripe, no Crato (CE).
A mostra mergulha nas relações afetivas e ritualísticas da artista com sua terra natal, evocando a força das mulheres de sua linhagem. Iniciada em 2021, a pesquisa transita entre literatura, design e arte contemporânea, expandindo-se em audiovisual e texto.
“Essa exposição nasce das raízes profundas do meu umbigo, que me aproximaram das práticas artísticas que versam sobre as histórias das mulheres da minha família — parteiras, agricultoras, rezadeiras, curandeiras — que tinham e têm a terra como subsistência. Bisavós, avós, tias e tantas outras que vieram antes e estiveram no mesmo chão onde nasci e permaneço”, explica Zulmira.
Sobre a artista
Zulmira Correia é escritora, designer, artista e pesquisadora, natural do Crato, no Cariri cearense. Graduada em Design Gráfico pela Escola de Belas Artes da UFBA, é mestra em Design e Artes Visuais pela mesma instituição, com foco em livro de artista, publicações independentes e escrita expandida. Atualmente, é professora no Centro de Artes da Universidade Regional do Cariri (URCA).
Em 2020, Zulmira venceu o V Prêmio Cepe Nacional de Literatura, da Companhia Editora de Pernambuco, na categoria Poesia, com o livro de estreia “As cartas de Maria”.
A exposição “Água Ventre” reforça a presença das vozes femininas e nordestinas na arte contemporânea, reafirmando o Cariri como território simbólico e criativo de grande relevância cultural.

